Eu demorei, mas terminei! Depois de muita enrolação eu concluo a minha trabalhosa lista de melhores álbuns de 2012. Eu gosto de fazer isso, me divirto, mas como tenho que dedicar meu tempo pra outras coisas (tipo, viver) ela acabou demorando muito pra ser encerrada. Isso porque eu gosto de ser bem detalhista e dedicado nas minhas escolhas. Aliás, antes de começar, vou listar novamente as posições anteriores que vocês podem encontrar aqui, aqui e aqui.
Posição
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Álbum
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Nota
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20
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Jake Kaufman
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Double Dragon Neon
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8,5
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19
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Blut aus Nord
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777 Cosmosophy
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9,5
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18
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Ufommamut
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Oro Opus Primum
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10
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17
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Storm Corrosion
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Storm Corrosion
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9
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16
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Sigur Rós
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Valtari
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10
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15
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The Overtones
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Higher
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9
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14
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BNegão & Os Seletores de Frequência
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Sintoniza Lá
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9
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13
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Threshold
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March of Progress
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9,5
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12
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Marillion
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Sounds That Can’t Be Made
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9,5
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11
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Sinew
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Pilots Of a New Sky
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9,5
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10
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Soulsavers
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The light the dead see
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9,5
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9
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Tom McRae
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From The Lowlands
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10
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8
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Eye
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Center of the sun
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9,5
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7
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Michael Kiwanuka
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Home Again
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10
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6
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Xoel Lopez
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Atlantico
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9,5
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Essa listagem, como eu já disse antes, não é baseada nas notas, mas mais no que eu ouvi e gostei. E, em relação à listagem que fiz no meio de 2012, a lista mudou bastante. Principalmente nos primeiros lugares.
Como eu já havia estabelecido antes, eu mantive a sugestão do meu amigo de Puxa Cachorra! Arthur Malaspina e dediquei um prêmio ao campeão do meio do ano, o Apolo de Prata (troféu contruído a partir de uma imagem magistralmente alterada no photoshop) e garanti que, no segundo semestre, elegeria o Apolo de Ouro. E sem muita surpresa o vencedor do Apolo de Ouro não foi o mesmo do Apolo de Prata, pelo simples fato de que o melhor músico da atualidade lançou um disco no segundo semestre, e eu não poderia imaginar outra coisa senão que esse disco seria fenomenal.
Bem, diferente das partes 1, 2 e 3, aqui eu vou tecer comentários curtos para os discos que já constavam na lista anterior, apenas porque são os 5 melhores do ano na minha modesta opinião, mas no título de cada um deles há um link pra postagem original. Já as duas entradas novas (e campeãs), vão ganhar uma resenha um pouco mais dedicada.
Bem, diferente das partes 1, 2 e 3, aqui eu vou tecer comentários curtos para os discos que já constavam na lista anterior, apenas porque são os 5 melhores do ano na minha modesta opinião, mas no título de cada um deles há um link pra postagem original. Já as duas entradas novas (e campeãs), vão ganhar uma resenha um pouco mais dedicada.
Eu agradeço imensamente quem, acompanhou isso (amigo é pra essas coisas) e já fico na expectativa do que vai aparecer de bom em 2012. Minha banda favorita lança disco esse ano, e a julgar pelo primeiro vídeo vai ser coisa boa...
PS: Você pode ouvir uma seleção de algumas músicas dessa lista lá no player no topo da página (mas como a cortesia do Podsnack só me dá acesso à 5 músicas, o resto você ouve aqui)
5. Meshuggah - Koloss
País: SuéciaPS: Você pode ouvir uma seleção de algumas músicas dessa lista lá no player no topo da página (mas como a cortesia do Podsnack só me dá acesso à 5 músicas, o resto você ouve aqui)
5. Meshuggah - Koloss
Estilo: technical death metal/experimental
O álbum de 2012 do Meshuggah deve ser o álbum de metal extremo que eu mais ouço ultimamente. E cada nova audição parece que ele fica melhor, mais forte e mais "desagradável". É realmente uma conquista esse disco.
Nota: 10
4. Sabaton - Carolus Rex
País: Svenska
Estilo: Power Metal
Já falei da outra vez: eu me assusto com a produção musical sueca. Prum país menor que nossos estados, a Suécia produz muito mais música tanto em qualidade, quantidade quanto em variedade. E consegue por nas paradas internacionais uma banda defendendo a casa na sua língua nativa! Parabéns ao Sabaton pelo seu melhor disco.
Nota: 10
3. Diablo Swing Orchestra - Pandora's Piñata
País: Suécia (de novo?)
Estilo: avant garde metal/cabaret/swing/o que couber na bagunça
Não sei até onde o Diablo Swing Orchestra pretende ir, até onde eles irão crescer, mas com certeza nota-se uma evolução tão significativa que fica difícil falar em auge. E, putz, como não se empolgar e sair dançando ao som deles? É nosso Apolo de Prata, apesar de não ter ficado em segundo lugar na lista geral.
Nota: 10
2. Frank Ocean - channel ORANGE
País: E.U.A.
Estilo: rap/hip-hop/r&b
Frank Ocean é um rapper americano de 25 anos e gay. Não, teoricamente ser homossexual não deveria fazer diferença na produção de nenhum disco, mas é evidente que isso faz parte da persona extremamente complexa que Ocean encarna. Em 2012, ao agradecer ao jovem que foi seu primeiro amor, Frank quebrou uma barreira de preconceitos que ainda resistia dentro da tão controversa cena do hip-hop americano, sempre marcado por ostentação e sexualização excessiva. Mesmo artistas latinos que entraram nesse mercado, como Pitbull, encarnaram o estilo do gangsta rodeado de mulheres (todas "fáceis") e dinheiro. Frank Ocean seguiu o caminho contrário: Sweet Life e Super Rich Kids, por exemplo, trazem justamente uma crítica a esse modelo de ostentação e a consequente ilusão. Fica evidente que nós não estamos aqui lidando com um rapper comum.
A introdução do disco é curiosa: o som de um Playstation ligando acompanhado dos acordes da tela de abertura do jogo Street Fighter trazem uma ideia de nostalgia, ligada evidentemente à infância de um menino nascido em 87. Se fosse meu disco, 5 anos mais velho que ele, a abertura seria com o tilintar de moedas da Nintendo do meu velho Super Nes. De qualquer modo, isso já cria o clima para a belíssima Thinkin' Bout You, com sua pegada lenta e swingada, perfeita. Sierra Lione traz uma multidão de ritmos e possibilidades que até assustam num disco de hip-hop, com levadas bem chillwave e vários samplers sobrepostos de maneira agradável e criativa, que acompanha também a levada de Sweet Life. Essas músicas iniciais são melhores que praticamente quase tudo que o R&B produziu na última década, facilmente.
E Ocean não tem medo de ousar. Em Crack Rock ele fala sobre o pesado tema do vício em crack. O vício é tema também de Lost e Pilot Jones (esta última uma das melhores performances vocais dele em todo o álbum), ambas bem diferentes e igualmente fantásticas. E é sempre necessário ressaltar a fantástica Super Rich Kids, uma das melhores do álbum, com sua pegada viciante e sua letra barra pesada, que joga a merda no ventilador sem dó - "Super rich kids with nothing but loose ends/Super rich kids with nothing but fake friends".
E Ocean não tem medo de ousar. Em Crack Rock ele fala sobre o pesado tema do vício em crack. O vício é tema também de Lost e Pilot Jones (esta última uma das melhores performances vocais dele em todo o álbum), ambas bem diferentes e igualmente fantásticas. E é sempre necessário ressaltar a fantástica Super Rich Kids, uma das melhores do álbum, com sua pegada viciante e sua letra barra pesada, que joga a merda no ventilador sem dó - "Super rich kids with nothing but loose ends/Super rich kids with nothing but fake friends".
Crack Rock também expõe bem claramente as influências de Ocean em gente como Stevie Wonder, Marvin Gaye e toda a moçada do soul clássico. Diria que o timbre dele me lembra algumas vezes o low-fi de Simply Red e outras a ousadia sensual de um Prince. Mas em geral a voz dele tem uma carga mais melancólica.
Pyramids é uma monstruosidade de tão boa: um épico que, quanto ao seu tema e comprimento soa algo bem aos moldes do rock progressivo (falei que o menino gosta de ousar). Tem até solo de guitarra! Olha só a letra: com uma alegoria da vida de uma stripper representada por Cleópatra! Sério, você espera ouvir isso num disco de rap hoje em dia?
Dá pra ficar horas falando do quanto esse disco é bom. Pra mim, é sempre importante lembrar que este é o primeiro álbum de Ocean, mas não é seu primeiro trabalho, já tendo escrito músicas para outros artistas e sempre trabalhando com os (ótimos) membros do coletivo OFWGKTA. Ocean pra mim é o futuro do estilo, se o hip-hop quiser ter um futuro além de dinheiro e carrões. Quem escreve coisas como "Pink Matter" e ainda dá uma interpretação tão foda pra isso precisa estar no topo, e esse foi o ano dele. Frank Ocean merece aplausos de pé pelo que ele fez aqui.
1. Devin Townsend - Epicloud
País: Ô Canadááááá
Estilo: Depende do disco, mas neste é rock arena com pitadas de gospel e heavy.
Antes de começar, só ouça a introdução do álbum, Effervescent!
O que dizer de um disco que começa assim?
Eu não tenho palavras pra descrever Epicloud. Não é o disco favorito da crítica, não é o disco favorito dos fãs do Devin, nem sei se é o disco favorito dele. Mas pra mim está tão, mas tão à frente de tudo que a música atual apresenta que não tem como estar em outra posição. Eu nem sei mais o que fazer com meu gosto pelo Devin Townsend. Tudo que eu ouço dele é no mínimo soberbo, e Epicloud tá nesse mesmo pé. O cara produz tanto, mas tanto que chega a dar vergonha ver a baixa qualidade desses artistas que lançam um disco a cada quatro anos e se acham a última bolachinha do pacote de traquinas sabor morango. Virei fanboy chato dele mesmo, mas não dá! Como competir com ele?
Epicloud como o nome diz é épico. Seja pela utilização do coral gospel (regido por Ziltoid), seja pelo clima, ele também é muito mais feliz que praticamente toda a carreira do Devin. Como é realmente impossível imaginar o que ele vai fazer em cada disco novo que lança, dá pra se surpreender com o que encontramos aqui: arena rock, daquelas de orgulhar o titio Mercury lá no Olimpo.
A sequência inicial é formada por "Effervescent" e mais três porradas na orelha: True North já apresentando a guest star de sempre a cantora LINDA CASA COMIGO Anneke Van Giersbergen. Em seguida a divertidíssima e pesada Lucky Animals, apresentando para quem não conhece a potência vocal ABSURDA do Devin. Putz, a cada ano ele canta melhor viu?
Aliás, essa música tem um dos melhores videoclipes de todos os tempos: Devin fez uma coreografia bizarra pra música e pediu pra seus fãs colaborarem com interpretações da canção. Olha o resultado:
Aliás, essa música tem um dos melhores videoclipes de todos os tempos: Devin fez uma coreografia bizarra pra música e pediu pra seus fãs colaborarem com interpretações da canção. Olha o resultado:
Tem como não amar esse carequinha?
A seguir temos a também bombástica Liberation, uma porrada bem hard rock daquelas de pregar na orelha, que traz um dos riffs mais legais do disco - e um refrão daqueles pra gritar junto! E putz, como o coral encaixou bem no estilo maluco do Devin!
Essa é a música que fecha a pancadaria de forma magistral e Where We Belong introduz o lado fofo de Devin, sempre cantando muito, humilhando muito pseudo tenor do heavy metal por aí. Save Our Now tem uma mensagem de esperança por um mundo melhor que consegue ser tão brega, mas tão brega, que acaba por soar linda.
E linda é a nova versão de Kingdom, música presente originalmente em The Physicist e que recebeu uma repaginada magistral. Devin já tinha feito isso com Hyperdrive, que está presente em Ziltoid, the Omniscient e em Addicted! A grande diferença dessas duas versões é a qualidade vocal e, putz, o Devin é o que se pode chamar de cantor de alto nível viu?
A seguir mais uma balada, a belíssima Divine, o coral (e a minha amada Anneke) arrasando em Grace e em More mais pancadaria. O disco parece que vai durar pra sempre (nem vou falar de Lessons, Hold On), mas infelizmente ele acaba na magistral Angels, uma das músicas mais lindas que o Devin já compôs.
O que mais me assusta, é que além disso tudo o disco tem duas músicas bônus pra iTunes, uma na edição em vinil e mais o Epiclouder, com 10 músicas que não entraram no álbum! Como pode alguém compor tanto e com tanta qualidade? Cara, é só checar qualquer um desses extras pra ver que muita banda por aí ia sofrer muito pra compor o que o Devin joga fora.
Enfim. O Devin é o melhor no que faz, e o que ele faz, hoje em dia, não tem pra mais ninguém.
Nota: Por ser o melhor músico da atualidade e um dos melhores de todos os tempos, 11 Apolos
e Apolo de Ouro pra ele!
Contemplem o Deus do Photoshop em ação! |
Anneke e Devin, ao receberem a notícia de que ganharam o Apolo de Ouro. |
Bem, para terminar um bônus. Há um bom tempo, como fã de música que sou, eu venho trabalhando em casa num projeto musical próprio. Não, ele não tem pretensões além de extravasar a minha vontade de fazer música sem saber nada sobre. Não sei tocar um instrumento sequer, mas sempre tive vontade de investir nisso. Depois de fazer muito lixo, resolvi divulgar parte desse trabalho nas internets! Como eu não pretendo ficar rico fazendo isso (só seu eu fosse idiota), posto de graça pra quem quiser o primeiro álbum completo divulgado (eu tenho outros guardados) da fantástica... Paraphernalia Schizophrenica!
Paraphernalia Schizophrenica - Paraphernalia Schizophrenica ou Esboço de uma novíssima estética da música
Ano: 2013
País: Brasil
Estilo: eletrônica/experimental
Arte da Capa:
Atrás (com tracklist):
(fonte da citação: Wikipedia)
O nome da "banda" vem do fato de que seu único membro nada sabe de música além do que ouve e curte e produz tudo com um programa de samplers (FL Studio) a partir de um esquema bem bagunçado, o que gera um som bem experimental, pra dizer o mínimo. Por isso as 12 faixas desse disco são pura experimentação (principalmente as três últimas).
"Paraphernalia Schizophrenica" ou "Esboço de uma novíssima estética da música" é o primeiro álbum oficial do projeto, disponível gratuitamente para audição e download.
Tracklist:
1- Art
2 - Clouds
3 - Development Beyond
3 - Development Beyond
4 - Mankind
5 - Marvelous
6 - No Law of Gravitation
6 - No Law of Gravitation
7 - Principles
8 - Sonorous Air
8 - Sonorous Air
9 - Sunbeams
Concerto Paraphernalia Schizophrenica para piano e confusão em três movimentos
Concerto Paraphernalia Schizophrenica para piano e confusão em três movimentos
10 - Paraphernalia Schizophrenica I
11 - Paraphernalia Schizophrenica II
12 - Paraphernalia Schizophrenica III