sábado, 14 de janeiro de 2012

O pit bull de Kassab e Alckmin

Um animal é um ser irracional. Ele ataca por instinto.

Quando ameaçado, quando tem fome, quando quer defender seu território.

Um pit bull é um animal como outro qualquer.

Ataca por instinto.

O problema é que ele foi posto numa condição social pelo ser humano que o impele a ser uma máquina de matar.

Ele é uma excelente máquina de matar.

Por isso, ele foi colocado pelo ser humano numa posição marginal.

E, ao não saber lidar com a fúria incontida de um animal irracional, o ser humano sofre com sua própria criação.

Matar um pit bull para defender um indefeso não é errado.

É uma situação extrema, não há muito o que fazer.

O melhor seria se a sociedade aprendesse a lidar com a fera que criou.

Mas em geral, por não entender isso, as pessoas defendem que se extermine essa raça.

Adianta exterminar uma raça como pit bull?

É só o pit bull o responsável pela violência?

Um yorkshire pode morder mina perna, arrancar um pedaço.

O problema é que essa medida, paliativa, aplaca o desejo de vingança de uns, ao mesmo tempo que esconde o real culpado por tudo isso.

O ser humano.

Um viciado é como um ser irracional. Ele ataca por instinto.

Quando ameaçado, quando tem abstinência e precisa de mais drogas, quando quer defender seu território.

Um usuário de crack é como outro viciado qualquer.

Ataca por instinto.

O problema é que ele foi posto numa condição social pelo ser humano que o impele a ser um marginal.

Ele é um excelente tipo de marginal.

Isso porque ele foi colocado pela sociedade numa posição marginal.

E, ao não saber lidar com a fúria incontida de um viciado, o cidadão sofre com sua própria criação. Atacar, prender ou até matar um viciado para defender um indefeso não é errado.

É uma situação extrema, não há muito o que fazer.

O melhor seria se a sociedade aprendesse a lidar com o problema que criou.

Mas em geral, por não entender isso, as pessoas defendem que se extermine essa "raça".

Adianta exterminar uma raça como a dos cracômanos?

É só o viciado em crack o responsável pela violência?

Um playboy pode agredir você na rua, só por você ser gay.

O problema é que essa medida, paliativa, aplaca o desejo de vingança de uns, ao mesmo tempo que esconde o real culpado por tudo isso.

A própria sociedade.

A sociedade que criou os pit bulls criou a cracolândia.

A polícia está tão sem rumo quanto os próprios viciados.

Prender e bater nessa gente não faz diminuir o número nem acaba com o problema.

Mas ajuda a "limpar" a área.

Limpar...


Ele sabe que o paulistano que o elege, o paulistano que é fascista, preconceituoso e burro, quer isso: ele quer sair na rua e não ver o viciado, o mendigo, o marginal.

Não importa se ele está bem ou mal, se o problema está resolvido mesmo ou não.

Importa é que eu não seja exposto a gente feia, gente suja...

E ao iminente perigo de ser atacado pelos animais irracionais da cracolândia.

A política de higienização do estado de São Paulo lembra os momentos mais terríveis do nazismo hitlerista.

A cracolândia virou um campo de concentração, onde a polícia brinca de SS.

O prefeito e o governador são, respectivamente, Mussolini e Hitler do terceiro mundo.

É evidente que isso tem a ver com o fato de que teremos eleições esse ano.

O líder nas pesquisas é Celso Russomano, o eterno malufista.

Nada melhor pra conquistar o eleitorado paulistano que agir como Paulo Maluf, pondo a Rota pra bater em viciados.

Mas eu penso: em 20 anos de governo do PSDB, só agora a cracolândia é um problema?

Não adianta nem falar em responsabilidade de governos anteriores.

Nenhum, nenhum dos partidos que passaram pelo governo federal e pelo municipal fez nada pra resolver esse problema.

E do estadual nem dá pra falar nada, pq antes de PSDB tínhamos Fleury, Maluf...

O paulista tem saudades da ditadura.

Sente falta de bater em comunista, em marginal, em viciado.

O paulista queria ter se emancipado do Brasil.

Não demorará pra guerra contra as drogas virar a plataforma de campanha de Kassab e Alckimin.

A guerra contra as drogas que já foi perdida, diria o intelectual.