Já fiz esse tipo de lista há muito tempo atrás, e esse é um dos motivos principais da existência desse blog: música. Portanto, agora que acabou o ano, relato aqui aqueles que foram, na minha humilde opinião, os dez melhores álbuns de 2011. Sei que tem muita coisa que eu nem ouvi direito, por isso não ponho na lista uma ordem de importância e deixo de lado algumas coisas. Mas, depois da lista, eu coloco uma menção honrosa, pra não ser injusto com ninguém.
Todos os álbuns vem com uma amostra, mas na sua maioria vale a pena ir atrás dos álbuns completos.
Criolo - Nó na orelha
País - Brasil
Gênero - Rap/MPB
Esse eu posso dizer que foi a minha surpresa esse ano. Um excelente rapper, mas com um senso para melodias muito calcado na boa MPB. Considerando a pocilga que a MPB se tornou, é ótimo ouvir um disco tão, mas tão bom saindo das quebradas do rap. Criolo merece no mínimo um 9.
Destaques: 'Não existe amor em SP', 'Grajauex' e 'Sucrilhos'.
Foo Fighters - Wasting Light
País - Estados Unidos
Gênero - Rock
Outra surpresa. Sim, é surpresa porque há anos o Foo Fighter não lança um álbum que realmente faça jus à sua história. Wasting Light tem tudo aquilo que alçou a banda ao sucesso, mas sem aquele exagero de baladas chiclete e riffs sem sal. Isso porque a 'balada' do disco, 'These Days', é a minha música favorita dele. Quem sabe o dedo do Krist Novoselic não foi o responsável por essa beleza de disco? Uns 9 pra esse também.
Destaques: 'White Limo', 'Arlandria' e 'These Days'.
Descobrir uma banda nova é algo mágico, e quando essa banda te conquista com os primeiros acordes do álbum, você sente aquele medo de que o resto do disco não compense. Não é o que acontece com Digital Veil, que te segura do começo ao fim. E olha que metalcore não é a minha praia. 'Elegiac', a primeira música, é pra mim uma das melhores do ano, e o disco se só tivesse ela já mereceria uns 9,5.
Destaques: 'Elegiac', 'Digital Veil'.
Communic - The Bottom Deep
Pesado, contundente e surpreendente: esse disco do Communic é uma das grandes descobertas que fiz esse ano. Os caras tocam demais, e o vocal não é chato nem cansativo, pelo contrário, segue uma linha bem distante do que se espera de uma banda de metal progressivo, caminhando pela seara do power metal, mas sem afetações. E que disco pesado, pqp! Por esses, e pelos mesmos motivos que listarei para o Voyager, abaixo, o disco mereceria no mínimo uma nota 9, mas o vocal eleva esse disco pra 9,5.
Destaques: 'Facing Tomorrow', 'Denial'.
Voyager - The Meaning Of I
Nunca tinha ouvido essa banda, mas ao ouvir, de início, parece alguma banda fã de Dream Theater e Symphony X. Daí veio a surpresa inevitável do vocal de Daniel Estrin, que se distancia de tudo que já ouvi no metal progressivo. É firme, consistente, com um tom mais pro barítono que pro tenor afetado que povoa a maioria dessas bandas. Esse vocalista me conquistou, mas sem ele, esse disco ainda seria formidável. Sem Daniel Estrin, nota 9,5. Com ele, 10.
Destaques: 'Momentary Relapse of Pain', 'Iron Dream'.
Devin Townsend - Desconstruction
País - Austrália
Gênero - Progressive/Art/Avant Garde Metal... e é pouco pra definir.
Demorou pra alguém canonizar o Devin Townsend. Que filho da puta lança dois álbuns ao mesmo tempo e ainda outro acústico? Ghost, o irmão gêmeo de Desconstruction é lindo, mas esse álbum é a epítome do que é esse genial compositor e instrumentista. Um cara que faz boa música com tudo, até com peido, tem que ser respeitado. Por ser um completo doido varrido, merece nota 10.
Destaques: 'Juular', 'Sumeria', 'The Might Masturbator' e 'Desconstruction'.
Van Canto - Break the silence
O que falar do Van Canto? Eles inventaram um estilo musical, porra! E não apenas isso, fizeram, depois de 3 excelentes álbuns, o melhor da sua carreira. Ousaram, botaram instrumentos, e ainda assim soam originalíssimos. Quem acha que já ouviu tudo no heavy metal precisa parar para ouvir Van Canto. 'If I die in battle' é candidata a melhor música de introdução do ano, lado a lado com 'Elegiac' do The Human Abstract. Nota 10.
Destaques: 'If I die in battle', 'Spelles in Waters', 'Master of the Wind' (tente não se emocionar ouvindo essa).
Steven Wilson - Grace for Drowning
País - Inglaterra
Gênero - Sei lá, rock progressivo?
O cara é um gênio, disso sabemos há anos. Agora, seja no Porcupine Tree, seja como produtor (o cara tá por trás dos discos do Opeth, caralho), Steven Wilson surpreende. E que puta disco é esse Grace for Drowning. Quase não ouço ele em 2011, mas ouvi e posso dizer que é a melhor coisa que ele já lançou, o que é muito, dada sua carreira maravilhosa. No mínimo merece um 10.
Destaques: 'Remainder the black dog', 'Track One'... mas sério, ouça o disco todo.
Gênero - Rock progressivo/psicodelia
Algo que poderia facilmente ter sido composto em 1970. Aliás, se tivesse sido composto na década de 70, com certeza Phideaux Xavier seria considerado um dos grandes nomes do rock progressivo, ao lado de Pink Floyd, Yes, Genesis, etc. Snowtorch consegue ser melhor, ainda, que muitos discos dessas bandas que mencionei. É inexplicável o que você vai ouvir em Snowtorch, mas se eu pudesse botar em palavras eu diria que é algo quase tão perfeito em sua concepção quanto um 'Dark Side of the Moon' ou um 'Selling England by the Pound'. Não é revolucionário, chegou a nós quatro décadas atrasado, mas ainda assim é simplesmente magnífico. Nota 11 é o mínimo que posso dar pra um álbum perfeito.
Destaques: são apenas quatro músicas, inseparáveis. É inaplicável destacar uma só.
Moonsorrow - Varjoina Kuljemme Kuolleiden Maassa
País - Finlândia
Gênero - eu acho que doom, black, viking, etc... mas é muito pouco pra definir esse disco
Você pode star se perguntando: que raios de nome de disco é esse? Como você pode achar essa barulheira a melhor coisa de 2011? Como eu posso gostar de músicas com letras que eu nem entendo? O que é esse cara gritando em desespero? E esses barulhos de gente andando na neve? É preciso ter a cabeça aberta para entender que esse é de longe, mas muito longe mesmo o melhor álbum do ano. Sem dúvida, é também um dos melhores álbuns que já ouvi na vida. Não tenho muito o que dizer, só que você, que não gosta de música extrema, deve abrir bem os ouvidos pra entender a beleza por trás da massa sonora do Moonsorrow. É preconceito, pra dizer o mínimo, desprezar esse trabalho magnífico por ser 'heavy metal extremo'. Varjoina Kuljemme Kuolleiden Maassa não é um disco pra se ouvir, mas pra se sentir. Digamos que eu me senti como se estivesse numa nevasca, sozinho e lutando pela vida, meio como a capa do disco apresenta - e, aliás, que capa linda! Desde os primeiros acordes, esse disco te consome. É desolador, violento, impactante e sujo, e por isso mesmo de uma beleza incrível. Alguns discos são geniais, mas os que te arrebatam são poucos. É o caso de Varjoina Kuljemme Kuolleiden Maassa. Nem darei nota, porque pra mim álbuns como esse nem faz sentido atribuir uma nota. Ele não é apenas um disco, é uma experiência.
Destaques: Não faz o menor sentido destacar uma música só. Mas ouçam Huuto e viajem direto pra Lapônia com o Moonsorrow.
Menções honrosas:
Björk - Biophilia; Iced Earth - Distopia; Dream Theater - A Dramatic Turn Of Events; Explosions in the sky - Take Care, Take care, Take Care; Dir En Grey - Dum Spiro Spero; Blut Aus Nord - 777 Sect(s); Born of Osiris - The Discovery; Cormorant - Dwellings; Earth - Angels of Darkness, Demons of Light I; Jay-Z & Kanye West - Watch the Throne; Liv Moon -Golden+Moon; Mastodon - The Hunter; Nightwish - Imaginaerum; Pain of Salvation - Road Salt Two; Septicflesh - The Great Mass; Symphony X - Iconoclast; Theocracy - As the World Bleeds; Tyler, the Creator - Goblin; Within Temptation - The Unforgiving; Myrath - Tales of the Sands.
Feliz 2012! Muita música boa pra todos nós!
PS: Todas as bandas acima eu postei na playlist que fica no lado direito do blog.
PS: Todas as bandas acima eu postei na playlist que fica no lado direito do blog.