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domingo, 13 de janeiro de 2013

Melhores Álbuns de 2012 Parte 2 - Funk, Peixe e Tendões

Peixe
Eu queria ser um cara regularzinho nas minhas postagens mas, infelizmente, não ganho nada com isso aqui e tenho outras coisas pra fazer da vida. De qualquer forma, se conseguir publicar uma parte da listagem por semana já estarei imensamente satisfeito.
Continuando a lista começada aqui, vamos para quatro novidades totalmente excelentes da lista. Dentre elas, a única entrada nacional.

14. BNegão & Os Seletores de Frequência - Sintoniza Lá

País: Brasil
Estilo: Funk-rap-rock'n'roll-psicodelia-hardcore-e-ragga


Bnegão é o melhor dos ex-integrantes do Planet Hemp, uma das melhores bandas de rock da história do Brasil. Isso porque ele manteve em sua carreira solo não apenas o seu estilo marcante de rimar bem como a bagunça eclética e extremamente agradável que tornava o som da finada banda carioca tão bom. Aliás, fica cada vez mais evidente que, por mais que D2 se destacasse (talvez até, penso eu, por ser o único branco dos vocais, em contraste com Black Alien e Bnegão), o melhor do Planet não era mesmo ele. A carreira do D2 (piada totalmente não intencional) é bem mais prolífica em número, mas em qualidade...
De qualquer forma, Sintoniza Lá não é tão bom quanto Enxugando Gelo, seu disco anterior, uma obra prima, mesmo que aqui BNegão e sua banda tenham construído um trabalho muito mais coeso, muito mais calcado no groove, no samba rock e no funk clássico que o anterior. Basicamente faltam mais músicas da qualidade de "Dança do Patinho", "Nova Visão" e "Funk até o caroço". Em compensação, temos as porradas "Eah!", "Essa é pra tocar no baile", "Subconsciente" (que me dá saudade do lado mais pesado do som do Bnegão) e "Panela de Pressão", todas excelentes e tão boas quanto as do anterior. Mas as outras, mesmo sendo o melhor que o Brasil faz atualmente, não são tão boas quanto o resto do Enxugando Gelo, principalmente porque depois de umas seis músicas falando de "vamos dançar", o álbum cansa um pouco. O que não depõe contra o trabalho do Senhor Bernardo, pelo contrário: ele faz a melhor música brasileira da atualidade pra mim. E pode botar toda essa porcaria pseudo intelectual no balaio, pode juntar Silvas, Malus, Camelos, Pethits, Caetanos e todo o resto que não dá meio Bnegão. A MPB só não morreu por causa de gente como ele e por causa dos velhos bons de guerra, como o Chico Buarque e o Tom Zé (o Caetano não é melhor nem que Michel Teló, desculpe). E depois de ter visto ele ao vivo, então, digo: no Brasil, quando o negócio é fazer a gente sacudir o esqueleto, não tem pra ninguém.
Pena que ele seja o único brasileiro capaz de entrar na minha listagem. Isso fala muito sobre meus gostos, claro, mas fala muito também sobre o que se produz aqui. Quase listei Filipe Catto, o único que me chama a atenção dos novatos (além do Criolo), mas infelizmente só ouvi o maravilhoso disco dele esse ano, sendo que o disco é de 2011... Enquanto tem mais de um disco da Suécia, país com menos habitantes que a cidade de São Paulo. Que vergonha, héin Brasil?



Nota: Por ser o único brasileiro fazendo música dançante e pensante que preste, 9 Apolos.


13. Threshold - March of Progress

País: Inglaterra
Estilo: Metal Progressivo



Sou fã de progressivo, de qualquer tipo, principalmente da sua vertente metálica. Sempre ouvi falar de duas bandas dentro do metal progressivo pras quais nunca dei a devida atenção: Fates Warning e Threshold. Mas esse ano eu dou o braço a torcer: com um minuto da primeira faixa, Ashes, eu já exclamei: "que disco FANTÁSTICO é esse March of Progress!"
Passando por mudanças diversas na carreira (eles tão por aí desde 88), o Threshold nesse álbum tem à frente seu vocalista original, Damian Wilson, e acho que uma das coisas que me afastava do Threshold era o vocal do McDermott (falecido prematuramente em 2011), mesmo sendo muitíssimo competente (gosto do Dead Reckoning, o último com ele). Isso e meu desconhecimento, meio que um preconceito mesmo.
Mas, sinceramente, esse disco é bom o suficiente pra conquistar até não-fãs do estilo, que não é pra todo mundo. Tem gente que não "aguenta" Dream Theater e Symphony X, apesar de eu adorá-los, pelos excessos técnicos e uma certa falta de feeling, de alma mesmo (que me faz não gostar tanto de outras bandas do mesmo estilo, como Vanden Plas). Já o que o Threshold faz aqui é realmente um passo adiante, mas sem deixar de lado o estilo clássico, as variações de tempos e o s refrões grudentos. E puxa, não tem como não sair cantando por aí refrões como os de "Ashes" e "Staring at the Sun". (refrão fácil, pra quem possa reclamar, não é sinônimo de música ruim.. Beatles tão aí pra provar isso).
Enfim, se você nunca ouviu e pretende conhecer esse estilo tão bacana, March of Progress é um excelente disco pra começar. Deixo vocês com a minha favorita, "The Hours":


Nota: Por manter o prog metal vivo e melhorá-lo, 9 apolos e meio.



12. Marillion - Sounds That Can’t Be Made

País: Inglaterra
Estilo: Rock progressivo

Pensei em várias maneiras de começar esse review, mas só achei uma: como é bom poder incluir um disco do Marillion nessa lista!

Vejam essa no tamanho ultra grande, porque merece.
Nunca fui fã da fase pós-Fish do Marillion. Acho o Steve Hoggarth um baita cantor, mas eles nunca fizeram nada que chegasse aos pés de ábuns como Fugazzi e Misplaced Childhood. Mas parece que a idade fez muito, muito bem pro Marillion. Sounds That Can't Be Made é um DISCAÇO. Sério, se só tivesse a primeira faixa, o épico Gaza, já valia lugar em qualquer lista. E sim, Gaza fala exatamente do que você está pensando: é a visão da situação do país pelo olhar de uma criança palestina. Não me lembro da banda já ter sido tão politizada numa música, mas é bom poder ouvir esse discurso vindo deles. Isso porque qualquer ataque aos criminosos de Israel é pouco. Genocidas não merecem respeito.
Deixando a política de lado, Gaza é 17 minutos e 30 segundos de epicidade! Desde seu riff principal (aliás, extremamente pesado pra uma banda como o Marillion) até suas variações no meio do caminho, com movimentos de calmaria e revolta muito bem dosados. Tudo funciona tão bem com Gaza que é até pecado eles terem posto outras músicas no mesmo álbum... hehehehe
Mas, talvez para desgosto do Peixe, as músicas seguintes são muito fodas. Não tanto quanto Gaza, pois ela é épica demais, mas com certeza são faixas que mantém a qualidade do produto final.
A música título é LINDA. Tanto que a escolhi no lugar de Gaza como amostra do álbum. Hoggarth canta aqui com uma força, mesmo com sua voz frágil e até um pouco limitada (principalmente em relação a do grande Peixe), ele conquista qualquer um. Ela tem um toque de anos 80 bem claro, como todo o resto das músicas, mas sem perder a modernidade - uma modernidade que parecia que nunca ia chegar para o Marillion.
Peixe
E não tem como ser mais anos 80 que em Pour my Love, uma balada que só quem fez Kayleigh e Lavender  (até hoje a minha música favorita da banda) sabe como fazer. Como "Power" e as faixas seguintes, todas com aquela aura de anos 80, 90 e a modernidade do século XXI. E não tem muito o que falar sobre "The Sky Above The Rain"... difícil expressar além do que eu falei como esse álbum é lindo...
Acho que, mesmo tendo feito bons álbuns como Marbles, esse é o que me conquistou do período Hoggarth.





Nota
: Por Gaza e me fazer voltar a amar Marillion, 9 apolos e meio


11. Sinew - Pilots Of a New Sky

País: Alemanha
Estilo: Rock progressivo, com uma pitadinha de indie e rock alternativo



Essa é a mais novinha dessa listagem de hoje, mas ficou na frente de todo mundo com méritos. Nunca tinha ouvido falar de Sinew antes desse álbum e, como porta de entrada, ele é péssimo... isso se você considerar o que eles faziam antes de Pilots of a New Sky, um som ótimo mas completamente diferente do encontrado aqui. E se você viciar nesse disco deles como eu viciei, vai acabar ignorando o que eles fizeram antes. É sério, esse é daqueles álbuns que servem como um divisor de águas na carreira da banda, e a meu ver um divisor pro bem.
Você vai perceber que o que o Sinew faz às vezes é muito diferente do rock progressivo tradicional, se aproximando mais de bandas com uma pegada mais alternativa e até (pédepatomangalôtrêsvezes) indie.  Mas um indie bom, não a merda que as ditas bandas indie brasileiras fazem e só decerebrados metidos a DJ's da MTV acham bom. Na verdade, a fonte deles pra mim é muito mais gente como Manic Street Preachers que os indie bunda de hoje. Sinew é moderno de verdade, e a música que mais vai deixar claro o que eu estou dizendo é Mercy on Apollo, a minha favorita. A sua utilização do eletrônico e sua pegada não lembram em nada o prog, mas ele tá lá, escondidinho, e muito bem trabalhado. E como não se apaixonar pela poderosa voz de Sascha Junker? O cara canta muito, mesmo que não tenha um estilo lá muito versátil.
Mas o disco não acaba aí não. One Glimpse B.C. tem um refrão que é outro grude na cabeça (e os riffs dos caras parecem melhorar com o passar do disco), The Skins I Wear é mais lentinha, mas linda de viver, como diria a finada Hebe, e um belo exemplo do que uma cozinha muito afinada pode fazer, mesmo numa música mais lenta e quase emo (!!). Arctica chega a parecer Coldplay no começo (só que melhor) e a música que dá nome ao álbum é um achado. E ainda tem a épica The Descend To The Heart Of Mount Sadhana, a mais progressiva do álbum, com seus muito bem utilizados 13 minutos de duração. Mas isso só pra citar algumas.
Enfim, se você quer rock alternativo de qualidade e ao mesmo tempo com identidade, os alemães do Sinew são a sua pedida!



Nota: Por fazer a mistura de rock progressivo com rock alternativo render uma coisa maravilhosa, 9 apolos e meio. E nunca procure Sinew no Google imagens se você tiver estômago fraco (ou for vegetariano), tá?


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A seguir, não perca: Mato, Galícia e Motown

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Melhores Álbuns de 2012 Parte 1 - Kurt Russell, Esquizofrenia e Estilo



Como prometido nessa postagem, inicio aqui a minha listagem dos álbuns que considero os melhores de 2012. E, para tanto, vou repetir as diretrizes da escolha:
Eu aumentei, com os lançamentos do segundo semestre, a lista de dez pra vinte entradas, para poder privilegiar tudo de melhor que ouvi nesse período. Como disse nessa postagem anterior, independente de gostos pessoais, uma das minhas propostas com essa lista é fomentar o espírito de descoberta e compartilhamento que acho essencial quando o assunto é arte e entretenimento. Para os álbuns que eu já analisei, eu deixei apenas o link para a minha análise nas primeiras postagens do primeiro semestre, pois tenho preguiça de escrever tudo de novo (:p). A ordem, saliento mais uma vez, não é baseada apenas na nota que eu dei, mas no que eu mais ouvi e gostei de ouvir até o fim do ano. A nota é, no máximo que a minha leiguice em música permite, algo mais técnico. Por isso, eu sempre vou privilegiar aqueles discos que mais ouvi em 2012. E isso gerou uma lista lotada de surpresas (e de links externos pra vocês clicarem e curtirem mais ainda).



E o 20º lugar já vem quebrando tudo!

20. Jake Kaufman – Double Dragon Neon
País: EUA
Estilo: Anos 80 na veia


Eu pensei muito antes de me decidir em colocar essa trilha sonora na lista, mas dei meu braço a torcer. A trilha composta por Jake Kaufman para esse jogo esbanja criatividade.
O QUÊ? UM JOGO DE VIDEOGAME NA LISTA?
Jake Kaufman
Sim! Não qualquer um, mas um remake do clássico dos arcades Double Dragon que se você não conhece, deveria se matar marcou os anos 80. E isso inspirou os desenvolvedores a tal ponto que, na sua homenagem, os criadores desse remake aproveitaram pra zoar como tudo que torna os anos 80 tão legais e ao mesmo tempo tão cafonas: neon, histórias sem pé nem cabeça, vilões esdrúxulos (alguns parecem importados diretamente do filme clássico "Aventureiros do Bairro Proibido"), roupas e mais que tudo as músicas. A trilha original foi recriada com muita competência - apesar de me cansar um pouco ouvir alguns temas repetitivos - e as novas canções são tão chicletes quanto hits de Cindy Lauper e Journey - muitas inclusive são cantadas! Tudo é feito pra recriar a atmosfera oitentista, e há tempos não via uma trilha que encaixava com tanta perfeição com um jogo - ótimo, aliás.
O que mais surpreende, contudo, são as pequenas vinhetas musicais que concedem "poderes" ao personagem, que são reproduções de estilos de diversas bandas da época. Você vai ouvir trechos de 25 segundos apenas que o remeterão diretamente a coisas como Beastie Boys, Marvin Gaye, ABC, Cocteau Twins, Sisters of Mercy, Depeche Mode, Air Suply, Poison, Clash, Metallica, The Cure, George Michael, Bananarama, Afrika Bambaata, Public Enemy e muito mais. É de uma criatividade monstra, um dos mais perfeitos panoramas musicais dos anos 80 que eu já vi. Eu ouço essas vinhetas como se fossem músicas de verdade, sério. E elas no máximo tem uma estrofe e 25 segundos!
Mas a melhor de todas e, na minha opinião, a segunda melhor música que ouvi esse ano (a primeira é quase Ours Concours) e tem a letra mais inacreditavelmente engraçada dos últimos tempos. Confiram a sequência da derrota do terrível vilão Skullmageddon e chorem de rir com a sua canção sobre os males de ser um vilão de um jogo de pancadaria:

(Esse jogo é tão foda que esse karaokê tosco FAZ PARTE DA SEQUÊNCIA DE ENCERRAMENTO!)

Ah, antes que eu me esqueça: a trilha está disponível GRATUITAMENTE no site do jogo. Como explica abaixo a galera que fez o game:

"Double Dragon Neon features a classic game score by award winning composer and sound designer Jake Kaufman. The soundtrack is inspired by the original game as well as classic arcade games from the 80's. Listen to a small sample of the awesomeness to the right and then download the entire soundtrack for free!"

Não tem como não amar esses caras. Entrem lá e baixem!

Nota: Por ser uma trilha sonora de um joguinho de porrada clássico que pode ser ouvida e apreciada mesmo sem jogar o dito cujo - e que melhora imensamente quando você conhece o game, 8 apolos e meio!




19. Blut aus Nord – 777 Cosmosophy
País: França
Estilo: Eu só consigo classificar como pura esquizofrenia
É preciso salientar que esse álbum é a terceira parte de uma trilogia que começa com 777 Sect(s) e 777 The Desantification, ambos de 2011. Esse foi o mergulho da banda francesa de black metal em um ambiente de cacofonia, dubstep, industrial e muita, muita loucura. Como só conheci a banda no começo de 2012, os seus discos anteriores não entraram na outra lista, mas com certeza estariam entre os dez. Já Cosmosophy não, apesar de estupendo, ainda não o ouço com a mesma gana que ouço os outros dois. Eu acho o segundo disco da trilogia ainda o melhor, mas é inegável que o trampo dos caras de Mondeville é acima da média.
Eu poderia falar de todos os 500 estilos diferentes de se fazer barulho que aparecem em Cosmosophy, mas nada falaria melhor ao ouvinte que comparar duas faixas tão distintas quanto Epitome XV e XIV. Uma carrega no peso do eletrônico e da atmosfera quase gótica, enquanto que a outra é um doom arrastado recheado com um solo "Shredder" de matar, e cujo crescendo é um dos mais deliciosos de acompanhar nos seus 9 minutos de duração.

Legal notar que, mesmo tão diferentes, elas são não apenas coesas com o resto do álbum (e entre si) como coerentes com toda a sequência dos três álbuns. Ouvi-los em sequência é uma experiência única, é como assistir os três filmes da trilogia do Senhor dos Anéis, pegando detalhes retomados aqui e ali depois.
Primoroso e sombrio. E se há algo que permeia os três álbuns e o tom dark, com vocais que alternam entre o tradicional do black metal com um lamento gótico distante e funéreo, o que não torna sua audição algo para todos os ouvidos. Nessa lista de hoje, aliás, ele deprimiria qualquer um que saísse da mais pura alegria ouvindo o 20º lugar, por mais fã de Double Dragon que você seja.
E o que mais me intriga é que eles não abdicam de cantar em francês, mesmo não sendo um tipo de língua diretamente associado ao estilo que produzem. Mas também porque, em termos de criatividade, eles estão anos luz à frente de quase tudo feito lá no norte da Europa.
Acho que a melhor definição do que eles fazem foi dada, de modo nada amistoso, pelo vocalista Vindsval (roubei da Wikipédia):

"Blut Aus Nord is an artistic concept. We don’t need to belong to a specific category of people to exist. If black metal is just this subversive feeling and not a basic musical style, then Blut Aus Nord is a black metal act. But if we have to be compared to all these childish satanic clowns, please let us work outwards [from] this pathetic circus. This form of art deserves something else than these mediocre bands and their old music composed 10 years before by someone else."

Nota: Pela perfeita coesão no caos da criatividade e pelos culhões, 9 apolos!



País: Itália
Estilo: Estilo: Doom Metal/Sludge/Psicodélico
País: Inglaterra/Suécia
Estilo: Rock progressivo/psicodélico/experimental/folk/ambient
Nota: 9






16. Sigur Rós – Valtari
País: Islândia
Estilo: post-rock/ambient
Nota: 10






15. The Overtones – Higher
País: Inglaterra/Irlanda/Austrália
Estilo: Doo-Wop, Boy Band, Vocal Harmony, Pop


Fábio, que que é isso? Tá ouvindo boy band?!
Sim e não. Em sua concepção original, o fantástico The Overtones não é em si uma boy band nos moldes que estamos acostumados, mas bebem direto numa das fontes do estilo: o Doo-Wop. Esse estilo vocal americano que fez muito sucesso com cantores negros surgiu na década de 40 e influenciou muita, muita coisa. Basicamente, sem The Temptations, The Platters, The Flamingos e outros grupos maravilhosos, não teríamos a Motown e toda soul music como conhecemos!
Aí, no século XXI, cinco caras brancos, sendo três ingleses, um australiano e um irlandês, decidem fazer Doo-Wop moderno. E o resultado? Estiloso sem deixar de ser moderno, eu diria que o que o The Overtones faz é não apenas atualizar um antigo estilo consagrado mas, ao ficar no limite entre isso e as boy bands, ele melhora consideravelmente o pop dessas bandas de garotos dos anos 80 e 90. Claro que eles tem a vantagem de serem 5 caras que cantam muito e manjam demais de harmonização vocal, mas a produção de Higher (ainda se compararmos com o disco de estréia deles) se mostra uma coisa acertada. Esse disco é um exemplo de que pode haver pop de qualidade, que faz sucesso sem perder a essência e a qualidade do trabalho.
E os covers que eles escolheram mostram ainda mais o quanto eles são cantores mais que competentes. De clássicos como Sh-Boom, famoso na voz dos The Chords, a You've Lost that Loving Feeling, famosa com os Righteous Brothers e com, claro, o Rei, são todas versões maravilhosas. Eu os deixo, portanto, com a versão do clássico supremo Runaround Sue, ao vivo, pra vocês sentirem o quanto esses caras são bons. Não os subestimem pela embalagem: o produto final é simplesmente incrível.



Nota: por ressuscitar com propriedade o Doo-Wop e melhorar o estilo Boy Band de ser, 9 apolos e meio!


Na próxima publicação mais cinco pérolas de 2012, com Peixe, Funk e Tendões! Abraços!