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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Melhores Álbuns de 2012 Parte 4: Gays, Gospel e o Apolo de Ouro! (com um bônus bem esquizofrênico)



Eu demorei, mas terminei! Depois de muita enrolação eu concluo a minha trabalhosa lista de melhores álbuns de 2012. Eu gosto de fazer isso, me divirto, mas como tenho que dedicar meu tempo pra outras coisas (tipo, viver) ela acabou demorando muito pra ser encerrada. Isso porque eu gosto de ser bem detalhista e dedicado nas minhas escolhas. Aliás, antes de começar, vou listar novamente as posições anteriores que vocês podem encontrar aqui, aqui e aqui.
Posição

Artista
Álbum
Nota
20
Jake Kaufman
Double Dragon Neon
8,5
19
Blut aus Nord
777 Cosmosophy
9,5
18
Ufommamut
Oro Opus Primum
10
17
Storm Corrosion
Storm Corrosion
9
16
Sigur Rós
Valtari
10
15
The Overtones
Higher
9
14
BNegão & Os Seletores de Frequência
Sintoniza Lá
9
13
Threshold
March of Progress
9,5
12
Marillion
Sounds That Can’t Be Made
9,5
11
Sinew
Pilots Of a New Sky
9,5
10
Soulsavers
The light the dead see
9,5
9
Tom McRae
From The Lowlands
10
8
Eye
Center of the sun
9,5
7
Michael Kiwanuka
Home Again
10
6
Xoel Lopez
Atlantico
9,5


Essa listagem, como eu já disse antes, não é baseada nas notas, mas mais no que eu ouvi e gostei. E, em relação à listagem que fiz no meio de 2012, a lista mudou bastante. Principalmente nos primeiros lugares.
Como eu já havia estabelecido antes, eu mantive a sugestão do meu amigo de Puxa Cachorra! Arthur Malaspina e dediquei um prêmio ao campeão do meio do ano, o Apolo de Prata (troféu contruído a partir de uma imagem magistralmente alterada no photoshop) e garanti que, no segundo semestre, elegeria o Apolo de Ouro. E sem muita surpresa o vencedor do Apolo de Ouro não foi o mesmo do Apolo de Prata, pelo simples fato de que o melhor músico da atualidade lançou um disco no segundo semestre, e eu não poderia imaginar outra coisa senão que esse disco seria fenomenal.
Bem, diferente das partes 1, 2 e 3, aqui eu vou tecer comentários curtos para os discos que já constavam na lista anterior, apenas porque são os 5 melhores do ano na minha modesta opinião, mas no título de cada um deles há um link pra postagem original. Já as duas entradas novas (e campeãs), vão ganhar uma resenha um pouco mais dedicada.
Eu agradeço imensamente quem, acompanhou isso (amigo é pra essas coisas) e já fico na expectativa do que vai aparecer de bom em 2012. Minha banda favorita lança disco esse ano, e a julgar pelo primeiro vídeo vai ser coisa boa...

PS: Você pode ouvir uma seleção de algumas músicas dessa lista lá no player no topo da página (mas como a cortesia do Podsnack só me dá acesso à 5 músicas, o resto você ouve aqui)

5. Meshuggah - Koloss

País: Suécia
Estilo: technical death metal/experimental



O álbum de 2012 do Meshuggah deve ser o álbum de metal extremo que eu mais ouço ultimamente. E cada nova audição parece que ele fica melhor, mais forte e mais "desagradável". É realmente uma conquista esse disco.

Nota: 10

4. Sabaton - Carolus Rex
País: Svenska
Estilo: Power Metal



Já falei da outra vez: eu me assusto com a produção musical sueca. Prum país menor que nossos estados, a Suécia produz muito mais música tanto em qualidade, quantidade quanto em variedade. E consegue por nas paradas internacionais uma banda defendendo a casa na sua língua nativa! Parabéns ao Sabaton pelo seu melhor disco.


Nota: 10

3. Diablo Swing Orchestra - Pandora's Piñata
País: Suécia (de novo?)
Estilo: avant garde metal/cabaret/swing/o que couber na bagunça



Não sei até onde o Diablo Swing Orchestra pretende ir, até onde eles irão crescer, mas com certeza nota-se uma evolução tão significativa que fica difícil falar em auge. E, putz, como não se empolgar e sair dançando ao som deles? É nosso Apolo de Prata, apesar de não ter ficado em segundo lugar na lista geral.

Nota: 10

2. Frank Ocean - channel ORANGE
País: E.U.A.
Estilo: rap/hip-hop/r&b




Frank Ocean é um rapper americano de 25 anos e gay. Não, teoricamente ser homossexual não deveria fazer diferença na produção de nenhum disco, mas é evidente que isso faz parte da persona extremamente complexa que Ocean encarna. Em 2012, ao agradecer ao jovem que foi seu primeiro amor, Frank quebrou uma barreira de preconceitos que ainda resistia dentro da tão controversa cena do hip-hop americano, sempre marcado por ostentação e sexualização excessiva. Mesmo artistas latinos que entraram nesse mercado, como Pitbull, encarnaram o estilo do gangsta rodeado de mulheres (todas "fáceis") e dinheiro. Frank Ocean seguiu o caminho contrário: Sweet Life e Super Rich Kids, por exemplo, trazem justamente uma crítica a esse modelo de ostentação e a consequente ilusão. Fica evidente que nós não estamos aqui lidando com um rapper comum.
A introdução do disco é curiosa: o som de um Playstation ligando acompanhado dos acordes da tela de abertura do jogo Street Fighter trazem uma ideia de nostalgia, ligada evidentemente à infância de um menino nascido em 87. Se fosse meu disco, 5 anos mais velho que ele, a abertura seria com o tilintar de moedas da Nintendo do meu velho Super Nes. De qualquer modo, isso já cria o clima para a belíssima Thinkin' Bout You, com sua pegada lenta e swingada, perfeita. Sierra Lione traz uma multidão de ritmos e possibilidades que até assustam num disco de hip-hop, com levadas bem chillwave e vários samplers sobrepostos de maneira agradável e criativa, que acompanha também a levada de Sweet Life. Essas músicas iniciais são melhores que praticamente quase tudo que o R&B produziu na última década, facilmente.
E Ocean não tem medo de ousar. Em Crack Rock ele fala sobre o pesado tema do vício em crack. O vício é tema também de Lost e Pilot Jones (esta última uma das melhores performances vocais dele em todo o álbum), ambas bem diferentes e igualmente fantásticas. E é sempre necessário ressaltar a fantástica Super Rich Kids, uma das melhores do álbum, com sua pegada viciante e sua letra barra pesada, que joga a merda no ventilador sem dó - "Super rich kids with nothing but loose ends/Super rich kids with nothing but fake friends".
Crack Rock também expõe bem claramente as influências de Ocean em gente como Stevie Wonder, Marvin Gaye e toda a moçada do soul clássico. Diria que o timbre dele me lembra algumas vezes o low-fi de Simply Red e outras a ousadia sensual de um Prince. Mas em geral a voz dele tem uma carga mais melancólica.
Pyramids é uma monstruosidade de tão boa: um épico que, quanto ao seu tema e comprimento soa algo bem aos moldes do rock progressivo (falei que o menino gosta de ousar). Tem até solo de guitarra! Olha só a letra: com uma alegoria da vida de uma stripper representada por Cleópatra! Sério, você espera ouvir isso num disco de rap hoje em dia?



Dá pra ficar horas falando do quanto esse disco é bom. Pra mim, é sempre importante lembrar que este é o primeiro álbum de Ocean, mas não é seu primeiro trabalho, já tendo escrito músicas para outros artistas e sempre trabalhando com os (ótimos) membros do coletivo OFWGKTA. Ocean pra mim é o futuro do estilo, se o hip-hop quiser ter um futuro além de dinheiro e carrões. Quem escreve coisas como "Pink Matter" e ainda dá uma interpretação tão foda pra isso precisa estar no topo, e esse foi o ano dele. Frank Ocean merece aplausos de pé pelo que ele fez aqui.



Nota: Por fazer o hip-hop andar pra frente, 10 Apolos.



1. Devin Townsend - Epicloud
País: Ô Canadááááá
Estilo: Depende do disco, mas neste é rock arena com pitadas de gospel e heavy.



Antes de começar, só ouça a introdução do álbum, Effervescent!


O que dizer de um disco que começa assim?
Eu não tenho palavras pra descrever Epicloud. Não é o disco favorito da crítica, não é o disco favorito dos fãs do Devin, nem sei se é o disco favorito dele. Mas pra mim está tão, mas tão à frente de tudo que a música atual apresenta que não tem como estar em outra posição. Eu nem sei mais o que fazer com meu gosto pelo Devin Townsend. Tudo que eu ouço dele é no mínimo soberbo, e Epicloud tá nesse mesmo pé. O cara produz tanto, mas tanto que chega a dar vergonha ver a baixa qualidade desses artistas que lançam um disco a cada quatro anos e se acham a última bolachinha do pacote de traquinas sabor morango. Virei fanboy chato dele mesmo, mas não dá! Como competir com ele?
Epicloud como o nome diz é épico. Seja pela utilização do coral gospel (regido por Ziltoid), seja pelo clima, ele também é muito mais feliz que praticamente toda a carreira do Devin. Como é realmente impossível imaginar o que ele vai fazer em cada disco novo que lança, dá pra se surpreender com o que encontramos aqui: arena rock, daquelas de orgulhar o titio Mercury lá no Olimpo.
A sequência inicial é formada por "Effervescent" e mais três porradas na orelha: True North já apresentando a guest star de sempre a cantora LINDA CASA COMIGO Anneke Van Giersbergen. Em seguida a divertidíssima e pesada Lucky Animals, apresentando para quem não conhece a potência vocal ABSURDA do Devin. Putz, a cada ano ele canta melhor viu?
Aliás, essa música tem um dos melhores videoclipes de todos os tempos: Devin fez uma coreografia bizarra pra música e pediu pra seus fãs colaborarem com interpretações da canção. Olha o resultado:



Tem como não amar esse carequinha?

A seguir temos a também bombástica Liberation, uma porrada bem hard rock daquelas de pregar na orelha, que traz um dos riffs mais legais do disco - e um refrão daqueles pra gritar junto! E putz, como o coral encaixou bem no estilo maluco do Devin!
Essa é a música que fecha a pancadaria de forma magistral e Where We Belong introduz o lado fofo de Devin, sempre cantando muito, humilhando muito pseudo tenor do heavy metal por aí. Save Our Now tem uma mensagem de esperança por um mundo melhor que consegue ser tão brega, mas tão brega, que acaba por soar linda.
E linda é a nova versão de Kingdom, música presente originalmente em The Physicist e que recebeu uma repaginada magistral. Devin já tinha feito isso com Hyperdrive, que está presente em Ziltoid, the Omniscient e em Addicted! A grande diferença dessas duas versões é a qualidade vocal e, putz, o Devin é o que se pode chamar de cantor de alto nível viu?



A seguir mais uma balada, a belíssima Divine, o coral (e a minha amada Anneke) arrasando em Grace e em More mais pancadaria. O disco parece que vai durar pra sempre (nem vou falar de Lessons, Hold On), mas infelizmente ele acaba na magistral Angels, uma das músicas mais lindas que o Devin já compôs.
O que mais me assusta, é que além disso tudo o disco tem duas músicas bônus pra iTunes, uma na edição em vinil e mais o Epiclouder, com 10 músicas que não entraram no álbum! Como pode alguém compor tanto e com tanta qualidade? Cara, é só checar qualquer um desses extras pra ver que muita banda por aí ia sofrer muito pra compor o que o Devin joga fora.

Enfim. O Devin é o melhor no que faz, e o que ele faz, hoje em dia, não tem pra mais ninguém.

Nota: Por ser o melhor músico da atualidade e um dos melhores de todos os tempos, 11 Apolos 





e Apolo de Ouro pra ele!



Contemplem o Deus do Photoshop em ação!

Anneke e Devin, ao receberem a notícia de que ganharam o Apolo de Ouro.

Bem, para terminar um bônus. Há um bom tempo, como fã de música que sou, eu venho trabalhando em casa num projeto musical próprio. Não, ele não tem pretensões além de extravasar a minha vontade de fazer música sem saber nada sobre. Não sei tocar um instrumento sequer, mas sempre tive vontade de investir nisso. Depois de fazer muito lixo, resolvi divulgar parte desse trabalho nas internets! Como eu não pretendo ficar rico fazendo isso (só seu eu fosse idiota), posto de graça pra quem quiser o primeiro álbum completo divulgado (eu tenho outros guardados) da fantástica... Paraphernalia Schizophrenica!

Paraphernalia Schizophrenica - Paraphernalia Schizophrenica ou Esboço de uma novíssima estética da música

Ano: 2013
País: Brasil
Estilo: eletrônica/experimental
Arte da Capa:
Atrás (com tracklist):
(fonte da citação: Wikipedia)

O nome da "banda" vem do fato de que seu único membro nada sabe de música além do que ouve e curte e produz tudo com um programa de samplers (FL Studio) a partir de um esquema bem bagunçado, o que gera um som bem experimental, pra dizer o mínimo. Por isso as 12 faixas desse disco são pura experimentação (principalmente as três últimas).
"Paraphernalia Schizophrenica" ou "Esboço de uma novíssima estética da música" é o primeiro álbum oficial do projeto, disponível gratuitamente para audição e download.

Tracklist:

1- Art
2 - Clouds
3 - Development Beyond
4 - Mankind
5 - Marvelous
6 - No Law of Gravitation
7 - Principles
8 - Sonorous Air
9 - Sunbeams
Concerto Paraphernalia Schizophrenica para piano e confusão em três movimentos
10 - Paraphernalia Schizophrenica I
11 - Paraphernalia Schizophrenica II
12 - Paraphernalia Schizophrenica III

Ouçam online e baixem pelo Soundcloud!



Valeu! 
Ufa! Volto com qualquer coisa qualquer dia desses. Beijos nos tobas.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Melhores Álbuns de 2012 Parte 3 - Mato, Galícia e Motown

Continuando a minha lista infinita (iniciada aqui e continuada aqui), vamos para os últimos registros antes do TOP 5 do ano de 2012. Espero botar o Top 5 online semana que vem, de uma vez, pra voltar a fazer postagens sobre outros assuntos (ou não... hehehe).
E o que temos pra hoje? Hoje... o dia é de Folk, bebê!






10. Soulsavers - The light the dead see
País: Inglaterra
Estilo: Rock Alternativo/Eletrônico
Nota: 9,5







9. Tom McRae - From The Lowlands

País: Inglaterra
Estilo: Folk


Pra quem conhece a carreira desse guitarrista e cantor inglês - e se não conhece, vá atrás CARALHO - não soa tão estranho ouvir algo tão minimalista e, principalmente, tão acústico quanto esse seu álbum. Tom McRae é excepcional guitarrista, mas nunca foi um  cara virtuoso ou dado a solos elaborados. Ele investiu sempre em melodias e baladas, carregadas na sua frágil mas consistente performance vocal e muitas delas eram já acústicas. E o maior destaque aqui é mesmo a sua voz, ainda mais sublime. Mas se dá pra ser mais caipira que um álbum folk, quase só com voz, violão, o Tom McRae conseguiu. Gravado numa fazenda (nas tais lowlands inglesas) dentro de um tipo de celeiro (uma das músicas, inclusive, é ao ar livre, e dá até pra ouvir o som de lenhadores trabalhando!), o disco tem um clima de desolação e melancolia que poucos trabalhos hoje em dia conseguiram sequer atingir. Não há músicas animadas, nem mesmo a versão de Sloop John B - famosa na voz dos Beach Boys - soa alegre aqui. Mas nem por isso é um disco tão triste, dada a beleza das peças apresentadas pelo músico inglês. E não dá pra destacar uma única canção: todo o disco é lindíssimo. Mesmo Alphabet of Hurricanes (homônima de outro disco dele), que possui uma orquestra, e não é tão contida e minimalista quanto as outras músicas, é belíssima em sua composição. Eu nem sei muito mais o que escrever... só não me alegra mais acompanhar a carreira brilhante e em constante evolução do Tom McRae porque parece que sempre que falo nele ele é uma completa novidade pra todo mundo. Não sei como um cara que une tão bem conteúdo e melodia, que tem uma sensibilidade tão apurada e uma produção tão vasta, não tem a devida atenção. Eu, do meu lado, vou permanecer fã do excêntrico caipira de Chelmsford.
Se você gosta de Neil Young, Bob Dillan, Nick Drake ou simplesmente de coisa diferente, ouça o grande Tom!


Nota: Por um disco minimalista e impecável, 10 apolos!







País: Estados Unidos

Estilo: Rock Progressivo/Psicodélico
Nota: 9,5





7. Michael Kiwanuka - Home Again

País: Inglaterra
Estilo: Folk/Soul/Jazz



Se tem uma época que eu tenho certeza que foi boa e que eu não vivi, infelizmente, foi a época soul e disco, especialmente o auge da Motown. É um período em que pessoas se vestiam bem, dançavam bem e curtiam de montão, ao som de funk, black e soul music. Agora pegue o som da Motown, junte com uma pitada de jazz e bote nas mãos do Tom McRae. Você terá Michael Kiwanuka.
Pra mim, esse garoto inglês filho de Ugandenses é a grande revelação de 2012. Dono de uma voz poderosa e peculiar, ele faz um tipo de som que só tem paralelos em gente dos anos 70 - tanto que toda sua estética é nitidamente inspirada nesse período. Ainda consigo o aproximar um pouco de algumas artistas mais atuais, como a maravilhosa Sharon Jones e a insossa Adele, mas pra mim ele parece o melhor dessa safra, de longe. O seu primeiro álbum é tão, mas tão redondinho, que nem dá pra dizer que é a sua estréia. E como ele oscila bem pelos estilos: temos o folk mais tradicional em Home Again e em I'm Getting Ready, um pouco mais de tristeza em Always Waiting (com seu belíssimo e sensível clipe sobre Alzheimer), e o jazz e o soul em Tell Me a Tale. Aliás, optei por não postar aqui o vídeo oficial de Tell Me a Tale, mas uma versão ao vivo, pra vocês conferirem a pegada do som do Kiwanuka. Depois ouçam as outras.
Sem dúvida, eu vou acompanhar ansioso a carreira desse grande cara. Quem sabe temos um novo (e mais folk) Stevie Wonder por aí?

(E como as músicas do tio Stevie, essa parece ótima pra tocar na vitrola pra um jantar a dois, né?)

Nota: Por fazer um álbum de folk de qualidade e ir além, adicionando características de música negra e jazz, 10 apolos!


6. Xoel Lopez - Atlantico

País: Espanha
Estilo: Rock/Música Espanhola/Folk/World Music



Essa terceira parte da listagem dos meus álbuns favoritos de 2012 é a mais calma, com certeza, mas nem por isso é a mais triste ou a menos dançante. Eu te desafio a ficar triste ouvindo Atlantico! Desde os primeiros acordes vai ser impossível não se contagiar com a profusão de ritmos que misturam flamenco, ritmos andinos e mais uma porrada de coisa. O Xoel é da Galícia (por isso o "X" no nome, em espanhol tradicional seria Joel) e traz consigo toda uma beleza multicultural que só podia vir de um latino ou de um bicho-grilo - e ele é os dois. 
E meu, que delícia é esse disco! Eu o descobri tarde, quase no fim do ano, mas me apaixonei a primeira audição. Não tem música ruim e, melhor ainda, não tem nenhuma letra ruim: o cara é um grande músico e um BAITA poeta. É só dar uma olhada na letra da belíssima Tierra:

"Sí, ya sé que el mundo seguirá girando
Cuando ya no quede nada
Y nosotros vaguemos por la historia
Como simples hombres solitarios
Reyes que perdieron todo,
Todo lo que tanto amaban por quererlo demasiado"

Isso é só um exemplo. Cada música é um poema mais lindo que o seguinte, sempre uma poesia singela e simples, mas nem por isso simplista. Às vezes vai parecer chapação de estudante de artes bicho-grilo, mas impossível não amar. É belo sem ser pedante, inteligente sem ser chato. É impossível não sair dançando, por exemplo, ao som dos ritmos tão contagiantes quanto os de Caballero, mesmo ela sendo uma música (aparentemente) séria. Hombre de Ninguna Parte, para dar outro exemplo, é ao mesmo tempo música pra apreciar e pra bater palmas (e dançar, por que não?). E como não se emocionar com o clima nostálgico de Por el viejo barrio? Pode agradar quem gosta de Chico Buarque e quem gosta de rock, pois é tão "erudito" quanto é popular. Eu diria que é o tipo de coisa que o povo da MPB vem tentando fazer há anos sem quase nenhum sucesso (a exceção seriam, sei lá, Filipe Catto e BNegão). Você pode achar diversos exemplos de bandinhas de fim de festa que tentaram se tornar a banda mais bela da cidade, e não chegaram aos pés do Xoel.
E de exemplo final, o poema/música mais bonito de lindo do disco (e com um igualmente foda solo de guitarra!):


"Vio un castillo hermoso
Al final de su camino
Y atravesó el bosque
Entre niebla y exasperación
Entonces se acercó a su puerta
Solo para ver qué pasa
Pero fue al entrar cuando se dio cuenta
Había llegado a casa"

Nota: Porque fica cada dia mais inexplicavelmente lindo. Sério, eu ainda acho que mais uma semana de audição de Atlantico e ele sobre pra 1ª posição dessa lista. 10 apolos.

E, ao fim dessa enorme listagem, teremos Gays, Gospel e o Apolo de Ouro!

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Melhores Álbuns de 2012 Parte 1 - Kurt Russell, Esquizofrenia e Estilo



Como prometido nessa postagem, inicio aqui a minha listagem dos álbuns que considero os melhores de 2012. E, para tanto, vou repetir as diretrizes da escolha:
Eu aumentei, com os lançamentos do segundo semestre, a lista de dez pra vinte entradas, para poder privilegiar tudo de melhor que ouvi nesse período. Como disse nessa postagem anterior, independente de gostos pessoais, uma das minhas propostas com essa lista é fomentar o espírito de descoberta e compartilhamento que acho essencial quando o assunto é arte e entretenimento. Para os álbuns que eu já analisei, eu deixei apenas o link para a minha análise nas primeiras postagens do primeiro semestre, pois tenho preguiça de escrever tudo de novo (:p). A ordem, saliento mais uma vez, não é baseada apenas na nota que eu dei, mas no que eu mais ouvi e gostei de ouvir até o fim do ano. A nota é, no máximo que a minha leiguice em música permite, algo mais técnico. Por isso, eu sempre vou privilegiar aqueles discos que mais ouvi em 2012. E isso gerou uma lista lotada de surpresas (e de links externos pra vocês clicarem e curtirem mais ainda).



E o 20º lugar já vem quebrando tudo!

20. Jake Kaufman – Double Dragon Neon
País: EUA
Estilo: Anos 80 na veia


Eu pensei muito antes de me decidir em colocar essa trilha sonora na lista, mas dei meu braço a torcer. A trilha composta por Jake Kaufman para esse jogo esbanja criatividade.
O QUÊ? UM JOGO DE VIDEOGAME NA LISTA?
Jake Kaufman
Sim! Não qualquer um, mas um remake do clássico dos arcades Double Dragon que se você não conhece, deveria se matar marcou os anos 80. E isso inspirou os desenvolvedores a tal ponto que, na sua homenagem, os criadores desse remake aproveitaram pra zoar como tudo que torna os anos 80 tão legais e ao mesmo tempo tão cafonas: neon, histórias sem pé nem cabeça, vilões esdrúxulos (alguns parecem importados diretamente do filme clássico "Aventureiros do Bairro Proibido"), roupas e mais que tudo as músicas. A trilha original foi recriada com muita competência - apesar de me cansar um pouco ouvir alguns temas repetitivos - e as novas canções são tão chicletes quanto hits de Cindy Lauper e Journey - muitas inclusive são cantadas! Tudo é feito pra recriar a atmosfera oitentista, e há tempos não via uma trilha que encaixava com tanta perfeição com um jogo - ótimo, aliás.
O que mais surpreende, contudo, são as pequenas vinhetas musicais que concedem "poderes" ao personagem, que são reproduções de estilos de diversas bandas da época. Você vai ouvir trechos de 25 segundos apenas que o remeterão diretamente a coisas como Beastie Boys, Marvin Gaye, ABC, Cocteau Twins, Sisters of Mercy, Depeche Mode, Air Suply, Poison, Clash, Metallica, The Cure, George Michael, Bananarama, Afrika Bambaata, Public Enemy e muito mais. É de uma criatividade monstra, um dos mais perfeitos panoramas musicais dos anos 80 que eu já vi. Eu ouço essas vinhetas como se fossem músicas de verdade, sério. E elas no máximo tem uma estrofe e 25 segundos!
Mas a melhor de todas e, na minha opinião, a segunda melhor música que ouvi esse ano (a primeira é quase Ours Concours) e tem a letra mais inacreditavelmente engraçada dos últimos tempos. Confiram a sequência da derrota do terrível vilão Skullmageddon e chorem de rir com a sua canção sobre os males de ser um vilão de um jogo de pancadaria:

(Esse jogo é tão foda que esse karaokê tosco FAZ PARTE DA SEQUÊNCIA DE ENCERRAMENTO!)

Ah, antes que eu me esqueça: a trilha está disponível GRATUITAMENTE no site do jogo. Como explica abaixo a galera que fez o game:

"Double Dragon Neon features a classic game score by award winning composer and sound designer Jake Kaufman. The soundtrack is inspired by the original game as well as classic arcade games from the 80's. Listen to a small sample of the awesomeness to the right and then download the entire soundtrack for free!"

Não tem como não amar esses caras. Entrem lá e baixem!

Nota: Por ser uma trilha sonora de um joguinho de porrada clássico que pode ser ouvida e apreciada mesmo sem jogar o dito cujo - e que melhora imensamente quando você conhece o game, 8 apolos e meio!




19. Blut aus Nord – 777 Cosmosophy
País: França
Estilo: Eu só consigo classificar como pura esquizofrenia
É preciso salientar que esse álbum é a terceira parte de uma trilogia que começa com 777 Sect(s) e 777 The Desantification, ambos de 2011. Esse foi o mergulho da banda francesa de black metal em um ambiente de cacofonia, dubstep, industrial e muita, muita loucura. Como só conheci a banda no começo de 2012, os seus discos anteriores não entraram na outra lista, mas com certeza estariam entre os dez. Já Cosmosophy não, apesar de estupendo, ainda não o ouço com a mesma gana que ouço os outros dois. Eu acho o segundo disco da trilogia ainda o melhor, mas é inegável que o trampo dos caras de Mondeville é acima da média.
Eu poderia falar de todos os 500 estilos diferentes de se fazer barulho que aparecem em Cosmosophy, mas nada falaria melhor ao ouvinte que comparar duas faixas tão distintas quanto Epitome XV e XIV. Uma carrega no peso do eletrônico e da atmosfera quase gótica, enquanto que a outra é um doom arrastado recheado com um solo "Shredder" de matar, e cujo crescendo é um dos mais deliciosos de acompanhar nos seus 9 minutos de duração.

Legal notar que, mesmo tão diferentes, elas são não apenas coesas com o resto do álbum (e entre si) como coerentes com toda a sequência dos três álbuns. Ouvi-los em sequência é uma experiência única, é como assistir os três filmes da trilogia do Senhor dos Anéis, pegando detalhes retomados aqui e ali depois.
Primoroso e sombrio. E se há algo que permeia os três álbuns e o tom dark, com vocais que alternam entre o tradicional do black metal com um lamento gótico distante e funéreo, o que não torna sua audição algo para todos os ouvidos. Nessa lista de hoje, aliás, ele deprimiria qualquer um que saísse da mais pura alegria ouvindo o 20º lugar, por mais fã de Double Dragon que você seja.
E o que mais me intriga é que eles não abdicam de cantar em francês, mesmo não sendo um tipo de língua diretamente associado ao estilo que produzem. Mas também porque, em termos de criatividade, eles estão anos luz à frente de quase tudo feito lá no norte da Europa.
Acho que a melhor definição do que eles fazem foi dada, de modo nada amistoso, pelo vocalista Vindsval (roubei da Wikipédia):

"Blut Aus Nord is an artistic concept. We don’t need to belong to a specific category of people to exist. If black metal is just this subversive feeling and not a basic musical style, then Blut Aus Nord is a black metal act. But if we have to be compared to all these childish satanic clowns, please let us work outwards [from] this pathetic circus. This form of art deserves something else than these mediocre bands and their old music composed 10 years before by someone else."

Nota: Pela perfeita coesão no caos da criatividade e pelos culhões, 9 apolos!



País: Itália
Estilo: Estilo: Doom Metal/Sludge/Psicodélico
País: Inglaterra/Suécia
Estilo: Rock progressivo/psicodélico/experimental/folk/ambient
Nota: 9






16. Sigur Rós – Valtari
País: Islândia
Estilo: post-rock/ambient
Nota: 10






15. The Overtones – Higher
País: Inglaterra/Irlanda/Austrália
Estilo: Doo-Wop, Boy Band, Vocal Harmony, Pop


Fábio, que que é isso? Tá ouvindo boy band?!
Sim e não. Em sua concepção original, o fantástico The Overtones não é em si uma boy band nos moldes que estamos acostumados, mas bebem direto numa das fontes do estilo: o Doo-Wop. Esse estilo vocal americano que fez muito sucesso com cantores negros surgiu na década de 40 e influenciou muita, muita coisa. Basicamente, sem The Temptations, The Platters, The Flamingos e outros grupos maravilhosos, não teríamos a Motown e toda soul music como conhecemos!
Aí, no século XXI, cinco caras brancos, sendo três ingleses, um australiano e um irlandês, decidem fazer Doo-Wop moderno. E o resultado? Estiloso sem deixar de ser moderno, eu diria que o que o The Overtones faz é não apenas atualizar um antigo estilo consagrado mas, ao ficar no limite entre isso e as boy bands, ele melhora consideravelmente o pop dessas bandas de garotos dos anos 80 e 90. Claro que eles tem a vantagem de serem 5 caras que cantam muito e manjam demais de harmonização vocal, mas a produção de Higher (ainda se compararmos com o disco de estréia deles) se mostra uma coisa acertada. Esse disco é um exemplo de que pode haver pop de qualidade, que faz sucesso sem perder a essência e a qualidade do trabalho.
E os covers que eles escolheram mostram ainda mais o quanto eles são cantores mais que competentes. De clássicos como Sh-Boom, famoso na voz dos The Chords, a You've Lost that Loving Feeling, famosa com os Righteous Brothers e com, claro, o Rei, são todas versões maravilhosas. Eu os deixo, portanto, com a versão do clássico supremo Runaround Sue, ao vivo, pra vocês sentirem o quanto esses caras são bons. Não os subestimem pela embalagem: o produto final é simplesmente incrível.



Nota: por ressuscitar com propriedade o Doo-Wop e melhorar o estilo Boy Band de ser, 9 apolos e meio!


Na próxima publicação mais cinco pérolas de 2012, com Peixe, Funk e Tendões! Abraços!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Melhores álbuns de 2012 - Preview

Olá! Feliz 2013!

O mundo não acabou, ou seja, ainda continuaremos obrigados a ouvir por aí Malu Magalhães e Restart. Triste, eu sei, mas há luz no fim do túnel! Esse blog nada modesto dessa pessoa nada modesta - dizem que eu posso ser meio metido a besta porque meu signo é Leão, mas sou inteligente demais pra acreditar em signos - elegeu no meio do ano os primeiros vencedores de Melhor álbum musical de 2012. Os critérios de escolha foram vários, mas o maior deles é o meu mau gosto pessoal (se bem que o disco novo do Caetano tá em todas as listagens por aí, o que eu não chamaria de bom gosto... heheheh).
De qualquer forma, a lista do meio do ano, que publiquei na semana do dia mundial do rock, dois a dois, foi a seguinte:


Aliás, sob influência do colega de Puxa CachorraArthur Malaspina, dei o prêmio Apolo de Prata para o disco do Diablo Swing Orchestra, pois o considerei o melhor do primeiro semestre de 2012. Essa lista não tinha uma ordem certa, mas tinha notas.
A listagem que desenvolverei a partir dela para premiar de maneira totalmente excelente os melhores álbuns de 2012 será baseada nessa, mas com várias mudanças. Eu aumentei, com os lançamentos do segundo semestre, a lista pra 20 entradas, para poder privilegiar tudo de melhor que ouvi nesse período. Eu acredito, ademais de gostos pessoais, que essa lista serve de sugestão pra muita gente, e me lembro de vários amigos que por causa de coisas que postei aqui descobriram bandas legais, por isso mantenho esse espírito de descoberta e compartilhamento que acho essencial quando o assunto é arte e entretenimento.
No entanto, a extensão da lista não impediu que dois membros dela ficassem de fora. Apesar de continuarem sendo discos formidáveis, Urd do Borknagar e Second Hand Wonderland do Kontrust caíram em "audição" no segundo semestre (quesito fundamental para a lista) e por isso eles ficaram de fora da nova versão.
Além disso, decidi que essa nova listagem terá ordem, do 20º para o 1º lugar, porque lista é pra provocar celeuma, polêmica e eu quero deixar bem claro que o que eu pus lá eu pus com juízo de valor... hahahaha! Mas preciso salientar que a nota que eu dou não é baseada apenas em gosto: pode ser que eu goste muito mais de ouvir um certo disco do que outro, dependendo do caso, mas que eu não considere esse disco melhor que o outro - haja visto o Ufommamut, que não ouço muito pra não ter pesadelos, mas acho um disco maravilhoso. Por isso, eu sempre vou privilegiar os discos que ouço e gosto mais na listagem.

Isso posto, quem foi bão mas ficou de fora?

Uma pá de gente. Das promessas bacanas de 2012 que eu listei, só gostei pra valer do Vicious Lies and Dangerous Rumors do Big Boi. É um discaço, mas não é melhor que o quase perfeito Sir Lucious Left Foot: The Son of Chico Dusty. Talvez a minha expectativa fosse alta demais (como foi a que tive pelos novos do Nile e do The Killers, que acabaram me decepcionando demais), mas acho que mesmo assim o senhor Big Boi continua, ao lado do GÊNIO Kanye West como um dos melhores rappers de sua geração.



Eu tinha certeza, dessas apostas eu ia amar o novo do Muse, The 2nd Law. Muse sempre foi uma das minhas bandas favoritas e Minha relação com o Muse já foi exposta aqui quando dei nota 10 para Resistance. Coisas mudaram desde então. Muse ficou famoso, e virou modinha. Não acho mais Resistance um álbum nota 10 e Black Holes virou meu álbum favorito do Muse. Sei que MK Ultra não é um jogo do Mortal Kombat. E hoje digo, sem pestanejar, que o Muse é mesmo a minha segunda banda favorita, mas vem me dando mais alegrias que a minha primeira. E a expectativa por cada lançamento deles crescia, como cresceu a banda nos meus gostos.
Mas The 2nd Law não é tão bom, apesar de ainda ser um PUTA álbum comparado com a gentalha. Um dos maiores problemas desse disco são seus singles principais, Madness e Survival. Essas músicas são tão diferentes como são fantásticas, e criaram uma expectativa enorme para o que ia vir. Ainda mais com Muse divulgando um trailer com a música Unsustainable e afirmando "Muse goes Dubstep!" O que esperar de um disco assim? Mathew Bellamy pôs mais minhoca na nossa cabeça, afirmando que The 2nd Law seria "Christian gangsta-rap jazz odyssey, with some ambient rebellious dubstep and face-melting metal flamenco cowboy psychedelia". Pura petulância. Não, ele não estava em si mentindo (apesar de eu ter sentido falta do gangsta-rap), mas também não dizia a verdade.


Desses dois eu queria falar mais, pois são, digamos, os números 21 e 22 da listagem. Abaixo fica uma amostra e um comentário sobre outros que ouvi mas não chegaram ao grande páreo.

The Flower Kings - Banks of Eden - ainda é uma das melhores bandas de "resistência" do rock progressivo tradicional e clássico. Fez um dos seus melhores álbuns esse ano, apesar de meio longo demais.



Kamelot – Silverthorn - o Kamelot fez a melhor escolha possível ao chamar o Tommy Karevik para ao lugar do Roy Khan. Silverthorn é um baita álbum, com a marca registrada do vocalista da maravilhosa banda Seventh Wonder, fazendo o disco soar power como deve, mas sem deixar de ser moderno. Se valorizado como deve, Tommy será um dos melhores vocalistas da história do rock, sem exagero (diferente da Shakira do metal que canta e requebra com ele nesse clipe, a vocalista daquela vergonha chamada Amaranthe).


Crippled Black Phoenix - (Mankind) The Crafty Ape/No Sadness and Farewell - Até ontem tava na lista... hahaha. Mas é uma baita banda, que faz uma mescla de post rock com um progressivo a la Pink Floyd e até um pouco de classic rock e pós punk, que vai agradar gente que gosta de criatividade (desculpe caro amigo Stênio, mas não gostei do Tame Impala... pra mim o novo rock progressivo tá no que o Crippled faz). Tão criativa que lançou DOIS álbuns em 2012, um EP e um completo, dos quais dou uma amostra aqui.


Head Phones President – Stand in The World - Às vezes eu acho que gostar do HPP é meio guilty pleasure meu... hahahah. Bem, pelo menos não é aquele lixo pasteurizado do J-Pop, os caras aqui sabem tocar mesmo. É um Korn do Japão, eu diria, mas com um potencial muito, mas muito maior do que o demonstrado nesse Stand in the World. Ainda assim, a segunda metade desse disco é muito, muito boa, por isso o pus aqui. Eles tão no caminho. (e eu adoro a pronúncia do inglês da vocalista... hahahah)


Monolithe – Monolithe III - Funeral Doom não é meu estilo favorito porque, digamos assim, é meio chato... heheheh. Mas o Monolithe tem um trampo muito mais diversificado e não deixa a peteca cair, sendo pra mim o melhor nesse estilo. O vídeo abaixo tem apenas um trecho da única (e gigantesca) música de seu terceiro álbum, que tem 52 minutos!


Bruce Springsteen – Wrecking Ball - Ele é inegavelmente um gênio, um gigante da musica, mas nunca fui fã de verdade dele. Só que não dá pra negar que, na aparente mesmice (desculpem-me os fãs) que me irrita um pouco na carreira do cara, Wrecking Ball se sobressai e é um baita álbum. O Vinício e o Arthur do Puxa Cachorra são fanáticos, e poderiam falar muito mais do que ele representa pra música, eu fico com a empolgante interpretação da música título. Eu nunca colocaria uma versão de estúdio dele aqui: poucos são tão fodas ao vivo quanto o velho Bruce.



Peter Hammill - Consequences - Deixei por último um dos meus maiores ídolos na música. Pra mim, ele não é apenas o cara mais subestimado do rock como é o maior gênio do rock progressivo ou do art rock, ao lado do Frank Zappa. Sim, Van Der Graaf Generator é melhor que Pink Floyd, desculpe. E toda a prolífica carreira solo do Peter Hammill é melhor que a soma das carreiras solo de quase todo mundo da década de 70. Eu não caí de amores por Consequences, é um álbum meio irregular, mas não dá pra negar que mesmo quando faz um disco menos foda, ele ainda é genial. Arrepia ouvir o Peter cantar e decididamente ninguém compõe como ele. Não foi feito pra tocar em rádio, em televisão, nem pra lotar estádios ou agradar ouvidos acostumados com a mesmice musical. Dedique um pouco de seu tempo a pesquisar o que esse cara já fez e você vai descobrir uma lenda louca e viva do rock. Você não vai se arrepender, prometo.


Semana que vem, começo a listar os melhores. Abraços!