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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Melhores álbuns do primeiro semestre 5 - 2012

http://blog.julianamoreira.se/tag/abba/

Bem, finalmente encerro a minha semana dos reviews dos melhores álbuns do primeiro semestre de 2012. Foram 10 álbuns, dois reviews por dia, mais umas coisas a mais que inclui nas postagens. A lista era bem maior, mas resumi pra dez e acho que consegui um bom número. Esses dez, naturalmente, são fortíssimos candidatos a melhor disco do ano, tanto em minha opinião quando na opinião de muita gente da mídia especializada por aí. Mas, como era apenas uma prévia, resolvi não impor aos discos uma ordem de importância e nem me preocupei em juntá-los por estilo ou qualquer outra possível delimitação. Por coincidência, os dois discos que eu comento hoje são da Suécia... não, a quem eu quero enganar? Não é coincidência.
O fato é que a Suécia tem produzido música de altíssima qualidade há muito tempo, e não me surpreende ter mais discos na minha HD desse país que do meu próprio país. E não é só no âmbito do heavy metal, de lá vem também Moon Safari, Jens Lekman, The Hives, e várias outras bandas boas do passado e do presente. Não sei se é a situação econômica, a educação, a tradição... mas sei que, pra mim, a Suécia deixou de ser apenas a terra de origem de meia dúzia de bandas mais ou menos de death metal pra virar um campo extremamente prolífico de criatividade pura!
E, animado pelo amigo de Puxa Cachorra, Arthur Malaspina, eu resolvi dar um troféu ao fim das resenhas, para aquele consagrado como o melhor disco do semestre: o APOLO DE PRATA! E, por isso, resolvi deixar para o final os dois competidores principais pelo prêmio, que muito me deu dor de cabeça na hora de decidir. Claro que, no fim do ano, quando eu fizer a lista oficial dos melhores do ano, eu entregarei o APOLO DE OURO para o campeão! Boa Malaspina!


Bem, além disso, resolvi ressuscitar o player lateral do site com músicas de quase todas as bandas que citei nesses dias (espero que entendam as ausências, já que é meio difícil achar Eye e Ufomammut por aí) e algumas coisas que ficaram de fora, pra quem quiser ir ouvindo a hora que der na telha e descobrir coisas bacanas!
Bem, vamos ao prato principal agora!

http://www.angrymetalguy.com/sabaton-carolus-rex-review/

Sabaton
País: Svenska
Álbum: Carolus Rex
Estilo: Power metal


Comentário: Muitas vezes o power metal me enche o saco. Das vertentes do heavy metal, pra mim, só perde pro black metal e pro metal sinfônico estilo "a bela e a fera" na falta de criatividade. A regra: falar de mundo medieval, dragões, aço e coisas do tipo. Por isso, a primeira vez que ouvi Sabaton, foi um alento ver que eles quebravam as barreiras do gênero ao falar de um tema único, guerra, mas abordar qualquer período. Desde as batalhas da segunda guerra mundial até coisas mais antigas, o Sabaton tinha uma fagulha de originalidade no mundo de fantasia e gnomos do power metal. Gostei muito, por exemplo, de Primo Victoria, o primeiro que ouvi deles, mas uma coisa eu sentia no Sabaton que me incomodava: parecia que seus álbuns tinham uma música excepcional e as outras nem chegavam perto, caso do disco que citei. E, quando soube que eles iam fazer um álbum focado em um único tema, já fiquei meio com o pé atrás.
Ledo engano. Carolus Rex não é apenas o melhor álbum da carreira do Sabaton, mas um dos melhores álbuns de power metal que já ouvi.
Desde o início o clima épico se impõe com a introdução Dominim Maris Baltici e se estende em Lejonet från Norden, da maneira que deveria ser sempre em álbuns dessa vertente, mas muitas vezes não se consegue. A pancadaria não para com Gott mit uns, e o que dizer da epicidade de En livstid i krig? Essa música é a prova que uma balada não precisa, necessariamente, ser menos épica que o resto das músicas do álbum só porque é mais lenta.
A seguir, temos 1648, e parece interessante lembrar que o disco trata do período conturbado do governo de Carlos XII, monarca sueco que dominou todo o norte da Europa na Grande Guerra do Norte e comandou uma ofensiva poderosa, que culminou no fim do Império Sueco. Venceu inúmeras batalhas sem trolls, magos ou dragões. Aliás, o disco vai bem além disso, como destaca em detalhes a resenha muito bem escrita, como sempre, do Angry Metal Guy, que organiza os eventos narrados no álbum do Sabaton.
É uma música mais foda que a outra. Karolinens bön é lindíssima, emocionante mesmo, com seu clima cinematográfico todo carregado pelo baixo e pelo cada vez melhor vocal de Joakim Brodén. Calolus Rex vem logo em seguida, com sua introdução esmagadora e uma bateria marcando a marcha com precisão (é o primeiro trabalho do Robban Bäck com o Sabaton, e que puta trabalho). Mesmo sem saber uma palavra de Sueco eu canto junto esse refrão, de tão empolgante que ele é. E vem Ett slag färgat rött e sua melodia que lembra os melhores momentos do NWOBHM dos anos 80 e Poltava, sobre a famosa batalha contra os russos, que carrega toda a dramaticidade da derrota do rei em cada linha. E assim, o disco ruma para um final apoteótico, com as pancadas Long Live the King e Ruina Imperii. Impressionante como, mesmo com 11 faixas, algumas de tamanho até razoável, o disco não perde o fôlego.
Aliás, é bom lembrar que o disco existe em inglês também. Mas ouça só a título de curiosidade ou para entender melhor as letras, porque não tem a mesma graça. Não, não é purismo, é que parece que, ao  optarem por cantar em sua língua original, os caras se entregaram mais à proposta. Mesmo sem entender uma única palavra, eu sinto muito mais feeling no disco em sueco que em inglês, de verdade.
Lembram do que eu disse sobre ter apenas uma música de destaque? Pois Carolus Rex funciona como conjunto tão bem quanto os melhores álbuns conceituais de rock progressivo ou heavy metal que tem por aí. É a obra prima do Sabaton e um disco obrigatório pra qualquer fã do gênero, de história, da Suécia ou de música em geral. E fico feliz que, com tanto potencial demonstrado até então, o Sabaton finalmente tenha acertado a mão!




Nota: 10 Apolos e Länge leve Svenska!





http://www.earsplitcompound.com/site/2012/04/25/diablo-swing-orchestra-to-release-new-album-stateside-via-sensory-records/

Diablo Swing Orchestra
País: Suécia
Álbum: Pandora's Piñata
Estilo: avant garde metal/cabaret/swing/o que couber na bagunça


Comentário: Muita gente idolatra a produção do rock brasileiro dos anos 80, principalmente seus "poetas" Renato Russo e Cazuza. Não que eles sejam ruins, mas se analisarmos com atenção, veremos que todas as melhores produções musicais dessa década do nosso rock foram as que fugiram da sobriedade e sisudez desses caras e que procuraram fazer música que oscilava entre o popular, o dançante e a criatividade pura. Aqueles que se dedicaram a divertir ao invés de - ou ao mesmo tempo que - fazer pensar. Principalmente porque essa galera toda era filha de uma cruza muito bem engendrada do ska com o punk, que aparece em Ultrage a Rigor, no melhor que os Paralamas e os Titãs produziram e na Blitz, em grande parte. É só ver que uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, The Clash, brilhou com um ska maneiríssimo em Rock the Casbah em 1982.
Porque comecei falando de rock brasileiro pra falar dos suecos da Diablo Swing Orchestra? Porque essa banda se sustenta num tripé que está muito bem delimitado pelo seu nome, e que aparece em cada uma das músicas de Pandora's Piñata: é diabólica no seu lado metal, que por vezes é bem mais agressivo do que se espera, mas sempre se mescla com as outras propostas de maneira surpreendente (Mass Rapture); é orquestrada, pois abusa, mas com parcimônia, de elementos de música clássica, principalmente nos vocais belíssimos de Annlouice Loegdlund (Aurora) ou nas ousadas passagens onde parecemos ouvir mais uma orquestra mesmo que uma banda  de rock (Justice for Saint Mary); e é swing puro em quase todas as suas músicas, onde ficam evidentes elementos de ska e punk, pontuados precisamente como um Ultraje a Rigor na sua clássica (e até hoje uma das melhores músicas da história do rock nacional) "Nós vamos invadir sua praia" ou ainda da "Sonífera Ilha", música da época em que o Titas ainda não era chato (eles só se limitavam a ser uma cópia meia boca do Devo, mas era muito melhor assim).
O maior exemplo disso que estou defendendo é a própria introdução de Black Box Messiah, que possui melodia muito parecida com a da música do Ultraje e de várias outras bandas dos anos 80 no Brasil. E logo depois que os metais entram (metais que são essenciais no ska) entra o coro de vozes quase infantis, que mostra que essa música não é feita pra ser levada a sério, mas para dançar que nem um doido.
E não dá pra ficar parado com a rumba de Guerrilla Laments ou mesmo a alegria incontida de Voodoo Mon Amour. O Diablo Swing Orchestra tem lá seus momentos sérios (como em Exit strategy of a wrecking ball, que me lembrou muito Muse!), mas em geral é mais feito pra pular e dançar. Eu tocaria Voodoo Mon Amour numa pista de dança de qualquer balada por aí, sem medo. E quem disse que música pra dançar não pode ser criativa?
O disco Pandora's Piñata é simplesmente formidável, inventivo, numa carreira já maravilhosa desse pessoal que faz algo que eu nunca havia visto na música - e eu que achava que Sing along songs for damned and delirious era insuperável. E, aproveitando a ausência de qualquer música brasileira nessa listagem, eu faço um pedido sincero que o rock esqueça de seus ídolos sisudos, cantoras pseudo-intelectuais de boteco, poetinhas de fim de semana e de ficar criticando o Restart à toa pra retornar ao tempo de Inimigos do Rei, Ultraje, Blitz, Gang 90, Magazine e outros tantos que usaram criatividade e irreverência pra fazer boa música. É, pra mim, a mensagem de um disco como esse: dá pra fazer boa música, criativa, ousada e ainda assim fazer dançar. E, sem compromisso, fizeram o melhor disco que eu ouvi nesse primeiro semestre de 2012.




Nota: 10 Apolos  

e o Apolo de Prata de melhor disco do semestre!
(Sim, eu sei que ele não está prateado, e sim azul. Não sei fazer esse tipo de edição. Me processem.)  

Bem, agora preciso ir para a curtição, que HOJE É DIA DO ROCK, BEBÊ!!

Abraços e inté outra hora!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Melhores álbuns do primeiro semestre 4 - 2012

http://movethatjukebox.com/tag/sigur-ros/
Bem, continuando minha empreitada, antes de falar dos principais, queria dar um pitaco sobre o que está por vir. Claro, tem muito mais que isso e sempre surge uma surpresa no caminho. E tem muita coisa já lançada que não ouvi ainda e que martirizo dia-a-dia por não ter ouvido. Ainda assim, isso me deixa muito feliz, pois além de ter muita tarefa pra casa, sei que há muita coisa boa no forno.

http://megalomania1.wordpress.com/2012/03/30/meshuggah-estreia-novo-clipe/
Eu amo o Muse. Os conheci por acaso, quando vi um clipe no site XFM que eu costumava frequentar muito no passado. Daí resolvi entrar no site oficial deles e, qual não é minha surpresa quando descubro que todos os seus álbuns estavam lá, gratuitos, pra ouvir via streaming! Claro, os tempos são outros, o Muse ficou muito maior do que era, mas ainda assim é uma das minhas bandas favoritas. E a expectativa de um novo álbum é sempre grande, ainda mais quando a primeira música divulgada de The 2nd law, Survival, tema das Olimpíadas de Londres,  já soa épica.




Pode parecer bizarro, mas eu gosto de rap. Não tudo que é produzido, na verdade uma meia dúzia de gente mais criativa. E um dos que eu passei a admirar desde que associei "o nome à pessoa" foi o Big Boi. Ele é mais famoso por ser "o outro cara" do Outkast, que muitos acham que se resume a Andre3000 e seu Hey Ya!. Ledo engano, quem nunca ouviu Mrs. Jackson não sabe do que essa dupla extremamente criativa é capaz. Depois de me apaixonar por  seu primeiro álbum solo, Sir Lucious Left Foot: The Son of Chico Dusty, fiquei no aguardo de uma nova bolacha da dupla. Qual não foi a minha surpresa quando descubro que o Big Boi vai lançar OUTRO álbum solo! Se Vicious Lies and Dangerous Rumors tiver metade da qualidade do anterior, vai ser o máximo.

Como não tem clipe novo dele ainda, fiquem com um do primeiro trabalho solo dele (triste estar tão censurado... fuck you VEVO!):


Houve, num passado não muito distante, uma banda surpreendente que impressionou todo mundo com sua magia aparentemente fora de época, seu estilo glam rock que remetia a grandes nomes do passado como Queen. Podia ser a real salvação do rock? Bem, de qualquer forma, esses meninos não se entendiam, o vocalista pulou fora, o segundo álbum não fez metade do sucesso do primeiro, a banda quase acabou e a promessa parecia ter ido por água abaixo.
E que surpresa que é ouvir um novo single do The Darkness! Eu AMEI Every Inch of You e me enchi de esperanças que dessa vez, com sue novo álbum Hot Cakes, eles não morram na praia. Pleeeeeease!




Por fim, mas não menos importante, uma das bandas mais legais da atualidade e que acho que pouca gente sabe que eu gosto: The Killers. Pô,  os caras compuseram Human, uma das músicas mais legais dos anos 2000. Não apenas pelo seu retrospecto cheio de glórias, mas pela pérola que é essa música nova, Runnaways, eu espero MUITO do Battle Born. Se você não ouviu, hora de dar uma provadinha no rock moderno e ao mesmo tempo retrô dos caras:



Agora vamos para o prato principal!



Meshuggah
País: Suécia
Álbum: Koloss

Estilo: technical death metal/experimental


Comentário: Quando I am Colossus começa, você sabe que está diante de algo diferente. Principalmente se você não conhece os suecos do Meshuggah. Quem conhece, vai encontrar o ápice da piração dos caras na construção de melodias complexas demais por ouvido humano comum. E para o "não iniciado", é bom avisar que, ademais da impressão, Koloss não é só um bate cabeça ofensivo e sem sentido. O que o Meshuggah faz, pra mim, é demonstrar como o conceito de belo na arte é extremamente relativo. Há beleza na destruição, no sofrimento, na angústia. E poucas vezes um disco foi mais angustiante que Koloss.
Nem se faz necessário falar muito sobre técnica. Apenas ouça o solo de guitarra The Demon Name is Surveillance e a perturbadora potência vocal de Jens Kidman, que pode sustentar gritos absurdos por muito mais tempo que um humano normal.
Do not look down é mais "comum" que as anteriores, mas mantem a marca registrada do Meshuggah: os riffs em ciclos intermináveis. Pode parecer repetitivo (a primeira vez que ouvi Meshuggah, eu achei) mas é tudo tão bem calculado que a coisa funciona bem demais. E, depois de esmigalhar seus tímpanos, eles viajam alguns segundos na introdução de Behind the sun, para então entregar a lenta melodia cíclica que conduzirá toda a música. E esse disco é mais lento, muito mais lento que os anteriores, porque não é um som veloz que faz um disco ser pesado. Muitos imitadores não sabem disso, mas o Meshuggah sabe, e Behind the sun é a maior prova disso. 
Distorcendo todas as noções rítmicas, The hurt that finds you first é um estupro auditivo. Assim será também  Marrow, mesmo que bem menos "urgente" que anterior, mas muito mais variada na sua construção (e, pqp, como é possível um ser humano tocar bateria daquele jeito?!). 
O fato é que, se arte tem que causar sensação no espectador, a sensação de angústia é a favorita do Meshuggah. Koloss leva isso às últimas consequências, e tenho que confessar que por vezes pensei em não dar nota máxima pro disco, porque não conseguia ouvir o disco até o fim pois, muitas vezes, ele me fazia mal. E logo percebi que o que o Meshuggah quer, às vezes, é isso mesmo. E conseguem, com maestria.
Uma das mais criativas e melhores bandas de rock da história, sem dúvida. E se você acha que eles são só barulho, que não são música, você não faz ideia do que seja música. Simples assim.




Nota: 10 Apolos, óbvio.




Sigur Rós
País: Islândia
Álbum: Valtari
Estilo: post-rock/ambient



Comentário: Poucas vezes em minha vida músicas me levaram às lágrimas. Mas, a primeira vez que ouvi com atenção Ágætis byrjun, em vários momentos encontrei-me nesse estado. Desde então, Sigur Rós tem lidado com o sublime na música de maneira quase irretocável. Todos os discos deles, de uma forma ou de outra, são obras raras, de uma beleza que nos faz lembrar que a arte é muito mais do que uma música bem tocada. Ela é aquilo que mexe com as sensações do indivíduo, com suas expectativas e com o seu universo. Sigur Rós é isso, e muito mais.
Isso tudo pra dizer que Valtari é simplesmente soberbo. Não se arrepiar com Ég anda é sinal de que você já perdeu sua humanidade no caminho. A reverberação dos os ecos de instrumentos e voz (e putz, o que é a voz do Jonsi?!) e muito do minimalismo dos primeiros trabalhos que, admito, eu sentia um pouco de falta, voltou com muita força. Admiro demais essas bandas que trabalham sem a preocupação em repousar demoradamente sua melodia nesse estado de suspensão sublime, nota a nota, num crescendo vigoroso, para entregar ao ouvinte cada fragmento de suas composições de maneira certa. Foi o caso dos últimos álbuns que analisei ontem, Oro do Ufomammut mais notadamente.
Outra coisa que me admira e que fica evidente em músicas como Ekki Múkk, por exemplo, é a preocupação com o silêncio. Sigur Rós trabalha muito essa ascensão das suas melodias, a criação do ambiente, das sensações, mas isso não seria nada sem uma noção da importância do silêncio ao fim de cada música e ao início de outra. Cada música funciona como uma pequena ilha, um mundo próprio onde ela lentamente se desenvolve e te entrega um estado de êxtase ao fim de sua passagem para o silêncio completo.
É, pra mim, senão o melhor, um dos melhores trabalhos da carreira deles. Seja na belíssima interpretação de Jonsi na citada Ekki Múkk e na encantadora Dauðalogn, seja pela construção de melodias intensas de Varúð (impossível não ser arrebatado pelo seu final apoteótico) ou na delicadeza de Fjögur píanó, Sigur Rós voltou ao seu passado e, nessa revisitação, apareceu um dos melhores trabalhos de sua carreira.

Headbanguer, punk, mpbista, seja lá a sua praia, dê um cadinho de seu tempo a ouvir Sigur Rós... você não se arrependerá!

Ah, tão fodas são os caras que eles deram uma mesma quantia de dinheiro pra um grupo de cineastas e mandaram que eles fizessem o que viesse a suas cabeças com as músicas que eles ouvissem, num projeto intitulado The Valtari Mystery Film Experiment. Saíram coisas absurdamente fodas, como esse clipe Fjögur píanó (sim, o do Shia LaBeouf pelado):




Nota: 10 Apolos, é claro!


Amanhã acaba! UFA! HAHAHA
Abraços!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Melhores álbuns do primeiro semestre 3 - 2012

http://www.radiometal.com/en/article/storm-corrosion-soul-mates,71733
Continuando as postagens anteriores (que você pode conferir aqui e aqui), trago hoje duas pérolas que, a meu ver, são muito parecidas em seu objetivo final. Vocês vão entender, ou não, ao fim do texto (espero). E hoje estamos nos aproximando das notas máximas! Vamos lá galerinha?


Storm Corrosion
País: Inglaterra/Suécia
Álbum: Storm Corrosion
Estilo: Rock progressivo/psicodélico/experimental/folk/ambient


Comentário: O que mais pode-se dizer de Mikael Akerfeldt e Steven Wilson? Líderes de duas das mais prolíficas bandas de rock dos últimos 20 anos, os caras são gênios consolidados e não devem ser tratados com menos respeito que isso. E o que dizer de um projeto que une essas duas cabeças? Bem, considerando as participações do Wilson em discos do Opeth como produtor e o trabalho de ambos à frente de suas bandas, eu esperava algo no mínimo genial.
Ouvindo o Storm Corrosion, percebe-se maior relação do som apresentado com o último trabalho do Wilson, o intocável Grace for Drowning, mas não há uma distância tão grande do que o Opeth fez em Heritage. Uma das coisas que os dois músicos trabalham melhor, o clima, é protagonista desse trabalho: já em Drag Ropes se sente o peso e a soturnidade do som, característico tanto do Opeth quanto do Porcupine Tree, e que combina lindamente com as idéias criativas de ambos. É um disco bem sombrio e, porque não dizer, muito minimalista.
Mas essa faceta minimalista é trabalhada em todas as suas possibilidades pelos dois, o que dá origem a um trabalho que é, no mínimo, uma obra prima.
O destaque, pra mim, além da linda voz de Akerfeldt e as belíssimas vocalizações de Wilson, são os violões (temos dois grandes guitarristas juntos, não esperava menos) e as escolhas feitas. Podíamos ter um disco de muito peso, mas eles optaram pela leveza. A música título, com seu solo climático de guitarra e os violões de fundo levam a um crescendo lento e muito bem construído com a entrada das percussões e cordas até chegar a uma pausa que sustenta o ouvinte na mais absoluta tensão e assim o sustenta por minutos a fio. Não espere uma explosão, depois disso... na verdade o que vem é flauta, mais violões, violinos e a belíssima voz de Akerfeldt. 
A seguir vem Hag, com Wilson no vocal, que dá espaço para experimentações mais pesadas, que lembram bons momentos de bandas de rock progressivo do passado, como King Crimson ou Gentle Giant, duas de minhas bandas favoritas do rock progressivo. Mas sempre, sempre mantendo o clima sombrio, em todas as músicas subsequentes. Destaco, ainda, Lock Howl, uma soberba viagem instrumental.
Em suma, o álbum é muito mais folk, quase nem podendo ser considerado, a meu ver, um álbum de rock and roll. Só não darei nota máxima para ele pois, diferente de alguns por aí que acham que banda de death metal só deve gritar, eu esperava uma surpresa maior no disco. Onde ele não é muito parecido com o Grace for Drowning, ele é o Heritage, em suma, uma mescla do que os dois vem fazendo nos últimos anos, só que bem mais leve. Apesar de ser uma experiência extremamente agradável, esse disco é pra mim apenas a consequência dos caminhos trilhados por ambos os artistas em suas irretocáveis carreiras e, de tal modo, a consolidação dos direcionamentos de ambas. Apesar de genial, ele não me surpreendeu, faz apenas o mínimo que eu gostaria de ouvir de ambos... o que já é muita, muita coisa. Mas senti a falta de um "turning point" no disco, um momento onde a coisa saísse do caminho trilhado até aquele ponto e te jogasse pra outra região. É um disco bem atmosférico (Ljudet Innan, a última canção, é o melhor exemplo disso, e é a melhor música do disco) e que exigirá paciência dos headbangers para ser apreciado. É mais fácil um fã de Radiohead, Sigur Rós e Björk gostar desse disco que um fã de Opeth ou Porcupine Tree.
Mesmo assim, é recomentadíssimo! E fiquem com um dos mais belos clipes que eu já assisti na vida, o tenso, dramático e extremamente criativo clipe de Drag Ropes:



Nota: 9 Apolos




Ufomammut
País: Itália
Álbum: Oro: Opus Primum
Estilo: Doom Metal/Sludge/Psicodélico



Comentário: Tem gente que acha que, pra fazer um som sombrio e malévolo, é necessário encher o ouvido do seu fã de pancadaria e gritaria. Tem gente que acha que pintar a cara e usar couro bota medo. Bem, essas pessoas provavelmente não dormiriam à noite ouvindo Oro, do Ufomammut.
Eu já tinha ouvido esse nome por aí mas nunca corri atrás, apesar de adorar o gênero a que eles se filiam (tem muita, mas muita coisa boa mesmo no sludge e no doom). E que erro o meu... essa banda é pra estar pelo menos no olimpo do gênero, ainda mais que eles movem-se para outros caminhos ainda mais sombrios. No fim, como o disco do Storm Corrosion, Oro é pura atmosfera. Mas uma atmosfera claustrofóbica e ainda mais tensa.
A introdução, Empireum, com seus quase 14 minutos de duração é, admito, um teste de paciência. A música é repetitiva ao extremo e pode cansar fácil o ouvinte, mas ninguém disse que o que é bom vem fácil. O crescendo eterno de Empireum cria todo o ambiente necessário para os calafrios que tomarão conta da sua espinha depois. É um "Bolero de Ravel" das trevas.
Depois do teste, hora de mergulhar na psicodelia mais sombria que você já ouviu. Sério, mesmo perto de outros trabalhos de bandas similares, tudo em Oro soa ainda mais pesado e obscuro. Aureum, a segunda peça, é mais pesada e violenta que muita banda "malvada" que usa e abusa do bumbo duplo por aí. A questão aqui não é exagerar, é justamente o contrário: O Ufomammut escolhe milimetricamente onde cada peça do seu quebra cabeças bizarro vai se encaixar e não se preocupa em demorar muito pra dar corpo a isso. Penso até que, conscientemente, os italianos rumaram para o caminho de bandas mais drone, como Earth, Sleep e Sunn 0))), pois é isso mesmo que eles fazem. Isso é Aureum e também Infearnatural. Nessa última, o vocal é uma sombria sombra por trás da parede de som criado por bateria, baixo e guitarra, cada vez mais pesados e densos a medida que a música progride (sempre lentamente). Acho que é a música mais pesada que eu já ouvi na vida (ou pelo menos, a com o baixo mais grave!).
E, quando se conjuga aquele som constante de Empireum com os riffs opressores de Aureum e Infearnatural, surge Magickon. E que doidera isso! Magickon é a repetição da Emipreum com os riffs das anteriores! Me lembrou o procedimento sinfônico em música clássica, onde se repete uma certa frase musical por vário movimentos, com alguma variação construida nos intermezzos. Só que a "frase" é apenas uma sequência mínima de notas em um sintetizador. Eu achei genial.
Por fim, nada te prepara para Mindomine! Simplesmente ouça e preste atenção som da bateria nessa música. É genial!
Bem, definindo o som que você vai ouvir, imagine-se esmagado por um colosso com uma marreta numa piscina de lodo petrificado e explodindo em seguida. Ou algo parecido. Não é pra todos os ouvidos, mas é gratificante se espancado pelo Ufomammut.
Um último adendo: esse é a parte 1, apenas, de um disco duplo! Mal posso esperar.





Nota: 10 apolos, com certeza!




Depois dessas duas trilhas sonoras de pesadelos, pode tentar dormir que amanhã tem mais!
Abraços!

PS: “The Beatles and Pink Floyd were products of their own time, but they were also discovering new things, exploring and doing things in a different way. They didn’t want to sound and play like everyone else. It’s the same thing with us: we don’t want to sound like Sunn O))), for instance. We don’t want compare ourselves to The Beatles, because they were geniuses and were responsible of some of the all-time masterpieces of music. But to draw from the attitude of The Beatles and Pink Floyd is important for us. Just the idea of exploration…and The Beatles, for example, they explored so much. They have these amazing records with everything inside, and there are songs like "Helter Skelter," which, while not heavy, is a totally frightening song. We really love other bands, as well; like for example Black Sabbath and Led Zeppelin. You know, I could go on and on about the bands I like, but, really, The Beatles and Pink Floyd are my childhood. My parents were listening to The Beatles, and when I was very little I had these cassettes full of their songs. You know, The Beatles are like my DNA.”

Poia, guitarrista do Ufomammut.


http://community2.metalreview.com/blogs/editorials/archive/2010/11/28/ufomammut-music-as-a-religion.aspx

terça-feira, 10 de julho de 2012

Melhores álbuns do primeiro semestre 2 - 2012

http://www.brooklynvegan.com/archives/2012/04/eye_journeys_to.html
Uma das coisas difíceis em se propor a fazer uma lista como essa é que muita coisa que eu queria (ou deveria) ouvir nesse semestre acabei ou ouvindo tare demais ou não ouvindo. Por conta disso, em muito, a lista poderá parecer falha. Mas não vejo problemas nisso, afinal é apenas uma prévia do que eu pretendo fazer no fim do ano, e isso não quer dizer que eu não possa fazer um adendo com menções honrosas, que eu faço agora.
http://www.blabbermouth.net/news.aspx?mode=Article&newsitemID=176352




A linda (sério gente, quero casar com ela) russa naturalizada americana Regina Spektor é um nome que aparece por aí, na boca de gente que eu conheço mas nunca dei a devida atenção. Uma amiga querida que fiz recentemente, porém, teceu tantos elogios que resolvi ir atrás e, PQP, que voz linda que essa mulher tem! Além disso, as composições são uma melhor que a outra. Ouvi seu disco anterior, Far, e amei, e só agora estou dedicando meu tempo ao What we saw from the cheap seats, o que me impede de dar ainda uma nota a ele, mas não me impede de recomendá-lo imensamente (assim como seus outros trabalhos).

Perfume Genius veio por outro amigo, mas eu estava empolgado demais com um dos discos que vai aparecer nessa lista e acabei, também, não dedicando tanto a audição a ele. Como nesse fim-de-semana me dediquei a rever esses discos para decidir quem entra e quem sai, eu ouvi o cara de novo e, realmente, é um achado. Seu novo álbum, Put Your Back N to It, é minimalista, melancólico, depressivo... mas ele imprime na delicadeza de sua voz uma força tão grande que não tem como não sentir as impressões que esse disco evoca. Mike Hadreas (o nome verdadeiro do cara) tem um inegável talento.


Mudando totalmente o clima, temos os gigantes do Nile. Relutei muito em não adicioná-los ao "Card Principal" dessa listagem, mas o meu problema com At the gates of Sethu é que, mesmo ele sendo fantástico, ele ainda não "cresceu" em mim. Eu aprendi a amar Nile (e o death metal brutal que eles realizam) com Those whom the gods detest e, no caso daquele álbum, foi amor à primeira audição. Aqui eu tenho uma sensação péssima, que é a de "mais do mesmo", o que não me agrada em uma banda tão inventiva quanto o Nile. Na verdade, perto do que tem por aí, mesmo assim qualquer álbum deles está acima do nível médio da música atual. Mas... não sei... quem sabe até o fim do ano eu consigo "ser pego" pelo At the gates of Sethu.

Bem, agora vamos ao prato principal do dia.

Borknagar
País: Noruega
Álbum: Urd
Estilo: black metal/prog metal/folk metal


Comentário: Nunca fui fã de black metal, bem como minha admiração pelo lado mais extremo do heavy metal vem de poucos anos. Sempre achei muito tosca a postura de "movimento" assumida por alguns de seus membros, o fanatismo, o couro, os espinhos, a pintura de panda... Sempre foi mais difícil pra mim respeitar alguém que acredite de verdade no satanismo que use o diabo como um discurso de rebeldia. E esse extremismo recaía sobre a música: raros eram os músicos dedicados a modificar o estilo cru e sujo das bandas originais. Mas, aos poucos, abri meus ouvidos para gente criativa dentro desse meio, como no death metal, e tive algumas surpresas. O que mai me impressionou, porém, é ver uma banda como o Borknagar, que pra mim era sinônimo de "norwegian black satanist troo metal" compondo essa pérola que é Urd. Mas aí percebi que o preconceito era meu, já que nunca tinha me dedicado a ouvir os trabalhos deles. E pior, eu não associei o ato com o seu talentoso membro, o Vintersorg! Mano, eu sei que pra quem curte vai parecer doidera, mas eu conheci (e gostei) primeiro do Vintersorg antes de saber que ele era a cabeça (e a voz) por trás do Borknagar. E voltamos ao Urd com isso na cabeça.
Você vai notar, em primeiro lugar, que apesar do peso, dos blast beats, da presença do vocal rasgado, que o disco é predominantemente progressivo e mais suave que qualquer disco de black metal disponível no mercado. Eu diria que ele, aliando os temas e a proposta, temos algo bem distante de um disco de black metal, mas um disco de metal progressivo com elementos de black metal. O que soa comum, para muitos, funciona lindamente nesse disco.
A introdução, com a pancada "Epochalypse", já cria um clima legal pro álbum dada a construção calcada no perfeito equilíbrio entre peso e harmonia sinfônica, o que se repete em "Roots". E é só partir para coisas como "The plains of Memories" ou "Age of Memories" para ver que o Borknagar não é apenas mais uma banda de black metal por aí, mas uma baita banda em si. Impressionante como esse disco fica melhor dia-a-dia. Preciso ir atrás do trabalho dos caras, sério.





Nota: 9 Apolos e meio






Eye
País: Estados Unidos
Álbum: Center of the sun
Estilo: rock progressivo/psicodélico




Comentário: Se tem algo que eu adoro é buscar por coisas novas, diferentes, desafiadoras. Adoro descobrir artistas que inovem a abordagem, que desafiem o pré-estabelecido, que ousem. Mas, a maior ousadia dos americanos do Eye é justamente voltar ao passado com muito estilo sem perder aquele pé no presente.
Pense no que seria o Pink Floyd se o Syd Barret continuasse na banda e todos usassem mais ácido. Sim, eu não tô brincando, a comparação mais próxima que eu faria do som do Eye com algo é com o Pink Floyd. E, claro, com toda a psicodelia dos anos 70 (a banda usa um Mellotron!). O Eye, porém, evita apenas emular esse tipo de som, ele o evolui. E ficam claras as influências de doom metal, sludge, stoner e outras coisas dessa seara no som quando você mergulha nas entranhas da peça central do álbum, a colossal "Center of the sun", com seus DEZENOVE MINUTOS de piração. A sua introdução remete de Van Der Graaff Generator a Sunn 0))), de King Crimson a Earth, e sem vergonha de experimentar, de ousar soar datado. Sério, se o disco tivesse apenas essa música, ele mereceria dez.
Infelizmente, as três faixas seguintes, por melhores que sejam (entendam bem, elas são ÓTIMAS), não tem o mesmo impacto do monstro que introduz o disco. Mas, mesmo assim, são muito melhor do que poderia se esperar de um disco de uma banda estreante. Sim, esse é primeiro disco deles... e que disco, meu amigo. Eu simplesmente não consigo parar de ouvir esse disco.
Muitos vão achar por aí o Center of the sun datado de outubro de 2011, bem como eu achei seu lançamento como tendo acontecido em abril de 2012 (!?). Eu ouvi em 2012 e, pelo visto, se ele foi lançado em 2011, foi em 31 de dezembro, porque a maioria dos reviews é de 2012... Mas é difícil falar de uma banda sem informações, da qual não se encontra nada na wikipedia, nem em quase nenhum lugar, e quem tem entre seus membros cara de bandas "famosíssimas" como Deadsea e Teeth of The Hydra.



Nota: 9 apolos e meio (mas a primeira música é nota 11!)


Amanhã tem mais pe-pe-pessoal.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Melhores álbuns do primeiro semestre 1 - 2012

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Amadeus_Award_2010_photocall_Kontrust_1.jpg

Antigamente, um dos motivos pelo qual esse blog existia era fazer resenhas musicais. Claro que, ingênuo, eu acreditei que podia manter um ritmo de postagens regulares... quanta ilusão.
De qualquer forma, mantive na medida do possível uma ideia: a da lista de "melhores" álbuns. Não me dedico, contudo, a ouvir de tudo que aparece por aí. Não tenho paciência pra muita coisa, gosto de descobrir música nova mas não saio muito da minha área de segurança, a saber: heavy metal, rock progressivo, música eletrônica e coisas esquisitas.
http://www.tumblr.com/tagged/soulsavers?before=1338943603
Como esse ano estou dedicando mais tempo ao blog para postar coisas políticas e polêmicas (Luciana Gimenez mora em minha alma), e a única postagem mais recente que me lembro de ter feito sobre música derrubou o Puxa Cachorra! resolvi quebrar o ritmo essa semana: em homenagem ao linduxo dia mundial do rock, postarei os melhores álbuns que ouvi até então nesse ano de 2012. Farei pequenas resenhas, duas por dia, e as apresentarei aqui até o dia 13.
Não, isso não quer dizer que tudo que aparecerá aqui sera rock n'roll... na verdade, eu tenho um gosto bem bagunçado, e adoro descobrir coisas novas... então vocês não perdem por esperar.
Defini até um medidor de pontuação (olha que chique) pros discos: Apolos. De 0 a 10, porque sou professor e é assim que eu rolo.



Kontrust
País: Austria
Álbum: Second Hand Wonderland
Estilo: Crossover



Comentários: Quando descobro uma classificação musical por causa de uma banda, no meu caso, já me interesso demais. É o caso do Kontrust, banda austríaca de crossover (isso existe mesmo?) capaz de ajuntar coisas completamente díspares no seu som. A saber: heavy metal, hardcore, metalcore, punk, música regional, reggae, dubsteb, nu-metal, dance, pop completamente radiofônico, polca e o que mais couber... e tudo, simplesmente tudo, encaixa perfeitamente na proposta.
Eu fiquei de queixo caído ao ouvir Kontrust, porque em primeiro lugar sua proposta soa extremamente pop. Aliás, tão pop, que não sei como não separaram uma ou duas dessas pra tocar na rádio. Se bem que eu não ouço rádio, então "Bad Betrayer" ou "Monkey Boy" podem tranquilamente estar tocando na Jovem Pan.
Sério? Só não é melhor porque acaba logo e porque eu acho que eles podiam ser ainda mais ousados em algumas músicas. Mas às vezes o que soa pop demais no Kontrust é o que mais me pega, como em "Adrenalin", que podia ter sido escrita por Slipknot, uma banda emo genérica ou até o System of a Down... só que com trompetes e circo. E "Hocus Pocus", com circo de novo, uns lalalalalas e outras doidices completamente malucas no meio (Abracadabra Hocus Pucus Finibus!!)...
Sério, ouça... Kontrust é imperdível! Vou atrás dos outros discos deles.





Nota: 8 Apolos e Meio


PS: AMO DEMAIS ESSE CLIPE DAS MEIAZINHAS.

Soulsavers

País: Inglaterra

Álbum: The light the dead see
Estilo: Rock alternativo/Eletrônico


Aqui temos uma grande surpresa. Na verdade, eu nuca saberia quem atende pelo nome de Soulsavers se não fosse o fato deles terem convidado para cantar nesse disco o vocalista da minha banda favorita: Dave Gahan, do Depeche Mode. E, como costuma acontecer, dos projetos paralelos em que se envolvem os membros da banda os do Gahan são sempre muito melhores (eu ainda não engoli aquela josta chamada VCMG).
Com letras do próprio Gahan, é difícil até separar esse trabalho de um trabalho solo do cara... E o Gahan é a alma desse disco, mesmo que as experimentações e melodias que eles criam beirem o sublime, como na carro-chefe "Longest Day", com os backing vocals, gaita, piano e cordas flutuando junto a belíssima interpretação do Gahan. Porque, pra mim, sempre será o maior destaque desse disco a evolução vocal do Dave, pois esse disco passaria fácil por um disco "com instrumentos" do Depeche Mode. E, claro, os temas abordados tanto na carreira solo dele quanto na banda estão lá: religiosidade, amor, vida, os desesperos de uma alma torturada em busca de paz... sério, é uma música mais linda que a outra. Talvez não seja melhor que o seu último trabalho solo, Hourglass (amo demais esse disco), mas é melhor que o último disco do Depeche Mode, sem dúvida. Um achado esse disco.
Prestem atenção, além da supracitada, em "Presence of God", "Gone too far" e "Take". Gone too far, aliás, é de longe uma das melhores interpretações registradas em disco de toda a longa carreira do Dave Gahan. A voz dele está simplesmente sublime.




Nota: 9 Apolos e meio


Bem, amanhã tem mais dois. Desejem-me boa sorte, amigos!