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quinta-feira, 25 de março de 2010

But all punishment is mischief: all punishment in itself is evil.

Escrito tendo em mente um episódio de uma série americana, discos de black metal e a opressora campanha pela punição de criminosos com a morte, o texto a seguir contém opinões pessoais - mas as consequências dos atos das pessoas que servem aqui de exemplo são universais. Meu objetivo aqui nada mais é que a reflexão, nunca o doutrinamento filosófico ou político. Sou contra qualquer tipo de evangelização, religiosa ou não.
Ah, e um lembrete de última hora - há ligeiras menções ao episódio dessa semana do Lost. Para aqueles que temem por resvalar em leves spoilers, fica o alerta... mas acho que nada do que direi aqui é muito revelador. (agradeço ao Arthur Malaspina pela dica)


Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.
Isaías 14:12-14

Ontem o grupo de loucos fanáticos do qual faço parte teve diante dos olhos sérias revelações sobre o universo de uma das mais intrigantes peças de arte da modernidade.

Isto é, ontem foi exibido nos EUA Ab aeterno, o nono episódio da 6ª e última temporada de Lost.

Onde vislumbramos o passado de um homem imortal, passado que expõe as antagônicas figuras de Deus e do Diabo, em suas encarnações "Lostianas".

Não quero falar mais... quem quiser entender melhor o caso deve assitir essa magnífica narrativa.

Mas a questão me levou a outro ponto...

Boa parte do que se coloca nesse final eletrizante dessa série é a oposição mais fundamental que rege a humanidade.

O que é o bem, e o que é o mal?

Para muitas pessoas, lados opostos da mesma moeda.

Para a maioria dos ocidentais (e alguns orientais), Deus e Satã.

Mas quem é esse ser demoníaco que atende por diversas alcunhas?

Porque é tão intrigante, até fascinante?

O tentador, o sedutor...

Vésper.

Considerar as aproximações entre o gênio e a tradição místico-religiosa que
engendrou a figura complexa do Adversário é algo importante, sobretudo devido ao
fato de que o mito do grande oponente do Deus judaico-cristão – sobretudo cristão,
na relidade – não possui uma continuidade histórica unívoca. Embora seja uma idéia
bastante difundida atualmente vale lembrar que a religião dos hebreus, na base
mítica do judaísmo tardio e do cristianismo, não apresentava, a partir de seus textos
sagrados, a figura do Diabo tal como o conhecemos hoje. Na verdade, uma série de
elementos reconhecidos pelo cristianismo como pertencentes à esfera do Diabo não
o eram a princípio. A serpente do Éden, o Satã do livro de Jó, a Estrela da Manhã do
livro de Isaías, assim como a figura do Dragão de antigos mitos de confronto entre
Caos e Ordem ou deuses ctônios de povos inimigos, nada era a princípio parte de
um mito complexo e tardio (mas de evidente força) (PRADO, 2007).

É interessante a experiência do ser humano, levando em conta essa reflexão, com a figura demoníaca.

O demônio faz parte da vida de todos, como Deus... o problema é que, como vivemos a mitologia cristã, não há em nosso mundo uma discussão séria sobre o papel do mal em nossas vidas.

E o diabo não é, por assim dizer, o mal.

Ele é o adversário. O contestador da ordem.

O revolucionário, por assim dizer.

Assim como ele aparece em Lost, como o inimigo de Jacob.

Assim como ele tenta e corrompe... mas também apresenta caminhos mais fáceis para o mesmo destino.

Eu conheço esse discurso não só da igreja aliás.

Há alguns anos, virei grande fã de Metal Extremo, e descobri no Black Metal pessoas criativas, habilidosas e excelentes músicos.

Nunca fui fã, admito. Mas hoje posso falar sobre algumas bandas que levam a bandeira do estilo com muita responsabilidade.

Mas há outra bandeira... e outro Black Metal...

O de Satanás.

Existem, é claro, dois Satanás aqui.

Um é apenas um personagem de narratvas de jovens músicos preocupados apenas com sua música, para quem Satanás é símbolo de rebeldia, como o foram as drogas e o sexo livre.

O outro, o símbolo do mal, é o patrono de uma seita surgida nos meandros da "sociedade metálica".

Aquela seita que queima igrejas, que mata.

De gente como Varg Vikernes... e Ghaal:


Mas, é claro, nada disso tem mesmo a ver com Satã.

Tem a ver com a estupidez humana...

A falta de noção dos limites entre o racional e o irracional.

E é quando ligo a tevê que me deparo com cenas que me fazem repensar ainda mais como o ser humano lida com o mal.


O caso de André Luiz dos Santos, empresário de 49 anos, é emblemático. Ele saiu de Ponte Nova (MG) para protestar, carregando uma cruz de madeira de aproximadamente 1,8m de altura pesando cerca de 30 kg. Em frente ao fórum, André se amarrou à cruz com cartazes pendurados e fotos de Isabella.

Para a maioria das pessoas, os Nardoni do afamado caso Isabella são não apenas culpados...

Para André, que afirmou que “Isso não tem relação com Cristo. Tem relação com a paz”, o que são os Nardoni senão uma encorporação terrena do que é o mal.

Para a maioria dos espectadores desse caso, para as milhares de pessoas que fazem vigília à porta do fórum, os Nardoni são o mal.

Não devem pagar com 30 anos de cadeia, devem morrer.

Como eram apedrejados os blasfemadores e as prostitutas em tempos antigos.



E ainda o são em alguns países onde quem manda é a "lei de Deus".

A maior parte da população espera dos seus líderes mais a lei de Deus que a dos homens.

A lei que pune com sangue, do olho por olho, do velho testamento.

Assim, o julgamento do caso Isabella acabou antes de começar.

Porque existe sim a chance deles serem inocentes.

Mas os Nardoni já são culpados. Nunca mais vão poder voltar à sociedade.

Mesmo julgados inocentes, serão penalizados por uma sociedade que não entende o mal.

Ou o bem.

Que julga os homens pelos mesmos motivos mesquinhos que julgava há séculos.

Que não tolera, não entende e se vinga.

E que prefere o conformismo de Deus ao questionamento do Diabo.

"“Deus”, “imortalidade da alma”, “redenção”, “além”, todos esses são conceitos que nunca levei em conta; nunca com eles sacrifiquei meu tempo, nem mesmo em criança; talvez nunca fosse bastante ingênuo para fazê-lo? Para mim o ateísmo não é nem uma conseqüência, nem mesmo um fato novo: existe comigo por instinto. Sou bastante curioso, suficientemente incrédulo, demasiado insolente para contentarme com uma resposta tão grosseira. Deus é uma resposta rude, uma indelicadeza contra nós, pensadores; antes, dizendo-se a verdade, não é senão um tosco empecilho contra nós mesmos: não deveis cogitar dele!"

Nietzche, Ecche Hommo

O fundamento do ato do Sr. André me leva também a outro "Jesus Cristo" moderno.


Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, de 24 anos. Que segundo consta queria levar Glauco, o cartunista, para dizer à sua mãe que ele era Jesus.

Um desequilibrado, sem dúvida, mas nunca pelo daime.

Uma seita, sim, mas não menos nociva que o catolicismo, os cultos evangélicos ou outra que seja.

Desde o oráculo de Delfos até o Daime temos milênios de transes hipnóticos e curas místicas para males.

Cadu, assassino de Glauco e de seu filho, é tão vítima quanto os dois.

Quanto Isabela.

Mas o mal - ah, o mal - o mal é uma característica dos homens!

Deus, que observa, rege e pune, é o bem.

Lúcifer, que contesta, negocia e liberta, é o mal.

Disso se fazem os psicopatas, dentro e fora das religiões.

Dentro, temos crápulas como Edir Macedo, cujos fiés seguem como a um novo Jesus, e que propaga que o mal se encontra, por exemplo, no candomblé.

Ou seja, uma religião de todo um povo é símbolo do mal para muitas pessoas...

E não é coincidência que seja a religião de negros, de pobres.

Assim é para católicos, pentecostais, ou simplesmente supersticiosos.

Porque toda religião nada mais é que uma superstição institucionalizada.



Mas a bola levantada pelo Lost lembra-nos também de um outro aspecto dessa relação: o livre-arbítrio. A capacidade do homem de escolher seu caminho.

O deus de Lost não pune, ele controla as vidas de um grupo de coitados para fazê-los crer em suas capacidades e, assim, provar ao seu "inimigo" que é o lado "branco" da moeda.

Se é que isso já não é uma punição.

Crer ou não não é a questão.

Eu não creio.

(e por vezes tenho medo de quem crê)

Mas a questão é: o que se faz em nome do bem e do mal se justifica?

E o que, afinal, são bem e mal? São Deus ou Satã?

É melhor viver para sempre na doutrina dogmática de Deus ou se libertar na vida corrompida de Satã?

O homem não nasceu para sofrer, para ser punido.

Não nasceu para se submeter.

De Nardonis, Ghaals, Cadus e Macedos eu tiro uma conclusão:

Nós, os mortais, criamos Deus e Satã. Somos maiores e melhores que eles.



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PS:
O título do texto ("Toda a punição é maldade; toda a punição em si é má") é uma frase de Jeremy Bentham, figura com a qual não concordo 100%, mas que cunhou uma frase genial.

Uso aqui um trabalho fenomenal de um grande amigo:
Prado, Márcio Roberto do. Vésper – 2007. Disponível em: http://www.fclar.unesp.br/posestlit/teses/marcio_roberto_do_prado.pdf

Agora um alívio cômico da MadTv: Toque de um Ateu:

George Carlin rules!!

domingo, 4 de janeiro de 2009

RESENHA: Tales of Ithiria - Haggard

PRÉ-FACIO

Eu parei um tempo antes de prosseguir com a lista de melhores de 2008, não apenas por falta de tempo, mas também porque ouvi derradeiros álbuns após a primeira postagem, e achei mais justo continuar o post já em 2009. Aliás, feliz ano novo a todos.
Bem, prosseguindo. Eu já resumi bem o que irei falar a seguir. Falarei de uma obra nota 11, daquelas coisas que por vezes aparecem e do nada assaltam nossa alma como ladrões roubando os melhores quadros do nosso Louvre interno. Imagino que, aqui, inauguro uma nova possibilidade de post nesse ano que se inicia: o NOTA 11. Mas como esse post também é uma resenha, guardo o nota 11 pra quando for resenhar outras coisas.
Bem...
Como começar essa resenha? hummm...
Talvez assim:


It had already become day as he opened the big wooden door and stepped out of the shadows.
The sun had shown behind the eastern forest, bright and warm in a cloudless sky.
As his eyes closed, he slowly raised his head.
Gently, the morning wind caressed his face and rustled through his long hair
The chatter of the birds had become one with the whispers of the black elders, melding with the rhythmic babbling of the little brook, which wound its way to the distance behind the humble grange.
But it has not always been like that.
One thousand seven hundred years ago, during the celebration of the two moons, the enemy forayed over powered the villagers under the cloak of darkness.
Brave men were cut down where they stood in the cold crisp autumn night.
The ones who still had life in their veins escaped in despair, but regathered quickly and formed a resistance.
Many among them, women and children, only armed with axes, torches, and pitchforks.
And it seemed as if all hope was forsaken...

TALES OF ITHIRIA
Desde essa magistral introdução, The Origin, já nota-se que temos em mãos um épico, de grande magnitude. Mas um épico metálico é coisa comum, e há bandas que esmeram-se em tentar produzir no ouvinte a sensação de é possível ver o sangue do lorde das trevas que corre pela espada de aço do glorioso guerreiro. Mas esse não é o objetivo do Haggard. Eles vão além, o que se nota logo ao procurar um pouquinho sobre a banda na net (mais especificamente na Wikipedia).
O Haggard tem estrada... eles surgiram em 1991 e tocando originalmente death metal, mas logo partiram para algo maior, e o grupo possui como principal característica o número de membros tocando diversos instrumentos que vão da base metálica guitarra-baixo-bateria até violinos, flautas, violoncelos e outros instrumentos clássicos. Além disso, todos seus discos contam uma história, com narrações e diversos vocalistas. De uma ousadia ímpar, a base dos vocais é uma mistura de canto lírico com gutural, bem comum até dentro do metal, mas nunca empregada - na minha opinião, pelo menos - dessa forma, com essa grandeza. Desde a capa, a produção é gigantesca, deixando qualquer Rhapsody (of Fire) no chinelo.

Quando se inicia o Capítulo I - Thales of Ithiria, temos uma introdução lírica em, latim (Quando coeli movendi sunt et terra/Dum veneris judicare saeculum per ignem - traduz aí Arthur... hehehe). Brega, poderiam dizer alguns, mas apropriadíssima para apresentar a longa canção, e seus vários vocais diferentes. A seguir, uma suave melodia de cordas, lindíssima, que cria todo um clima peculiar ao som do Haggard, que lembra muito música renascentista.
E o vocal pesadão, gutural, entra junto das guitarras, para nos lembrar que se trata de um disco de metal. E que metal. É cadenciado, mas com bastante peso, sempre acompanhado do oboé que dá uma característica única (devo repetir essa expressão diversas vezes) à canção. E o que dizer mais. Piano, vocais líricos femininos e masculinos, vocais limpos, flauta, harpa... Tudo que você precisa saber sobre o Haggard já aparece aqui, nessa música, pronto. Se o disco tivesse apenas essa música, já valeria nota 10.
Mas a criatividade desses músicos não tem limite.
Após a necessária vinheta From deep within, aparece o Capítulo II - Upon fallen Autumn leaves. E o que dizer da introdução, com uma melodia tipicamente medieval, cordas e vocais líricos num crescendo maravilhoso? Crescendo que leva ao vocal gutural cavernoso e a seqüência da letra em alemão. Melodia pesada que intercala com a levada mais light, com vocal lírico feminino. Nada que outras bandas nunca tenham feito, mas nenhuma com a qualidade do som do Haggard.
Logo a seguir, mais música clássica. Mas não espere aquela profusão de coros e violinos das bandas de Metal Melódico tradicionais. A coisa em In des Königs Hallen (Allegretto Siciliano) é bem trabalhada e abusa da variedade de instrumentos, principalmente dos metais. Um tema belíssimo.
Fica até chato ficar elogiando. O legal de Chapter III - La Terra Santa é a levada que lentamente te insere no climão da música. Com uma melodia cantada de maneira limpa a narrativa prossegue. E o que dizer das belas vozes femininas? Nada, já disse tudo, elogiá-las pelas performance no refrão dessa música é chover no molhado. A criatividade desses músicos não tem limites.
Em seguida, a delicada vinheta Vor dem Sturme, com a excelente narrativa introduzindo Chapter IV - The Sleeping Child. Pauleira, pra fãs de metal. O vocal grunhido é muito adequado e o acompanhamento (sutil) de violino dá todo um climão à música. E o refrão? Ah, e apesar do peso da música, ela tem um solo de harpa com acompanhamento de violinos e flauta ,e depois um solo de flauta. Seria o suficiente pra o leitor desse texto correr atrás desse disco?
Se não for, então ouça Hijo de la Luna:

É a minha favorita do disco. Não tenho condiçõesa de falar algo acerca dessa música sem ser repetitivo nos elogios. Estamos ou não estamos diante de uma obra prima?
A seguir, mais uma vinheta, a forte On this endless fields,
Their horses heavy
In clad and chain armor
March into battle
Man against man
Sword against sword
Hammer and axe against shield
Let the banners fly high
Mortal screams pierce the cold air
As steel meets flesh and the strong rule the weak
(...)

e o disco vai chegando ao final... e que final, digno de um épico. E se vc não estava ainda se sentindo dentro de um filme épico, prepare-se para Chapter V - The Hidden Sign. Seja nos levando à Irlanda medieval, ou à longínqua Gália, em torno de uma fogueira a dançar e a cantar, o Haggard não perde a mão. Cabe a nós, ouvintes, deleitar-se com mais um excelente trabalho de conciliação entre o peso do metal e a beleza do erudito. Nesse caso, introduzindo uma melancólica melodia (com um belíssimo dueto de violino e piano, de levar às lágrimas).
E assim, encerra-se a resenha do que pra mim foi o melhor disco que ouvi em 2008. Metal de gente grande, sem afetações. Sem tirar nem por, esse é um álbum nota 11!

And then, the great rains set in
And but for a moment it seemed
As if all the blood had been cleansed by the Gods


Tales of Ithiria, Haggard: 2008
Nota: 11

PÓS-FÁCIO:
O disco: http://rapidshare.com/files/141140833/H-TOI.by.canalladfc.rar.html ou http://www.megaupload.com/pt/?d=HVWNVSZX. Links da Comu Discografias no orkut: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=6244330&tid=5247379772850248169&kw=haggard

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

METAAAAAAAAAAAAAAAAAL!!!!!

Para reforçar a idéia que apresentei no post sobre o Van Canto, decidi postar alguns vídeos de bandas que curto dentro do metal. Começando pelos já citados alemães do Blind Guardian, pra mim uma das melhores coisas que o J. R. R. Tolkien produziu... hehehe
A Past and Future Secret


Depois, uma das mais fantásticas do chamado prog-metal (eu odeio essas nomenclaturas) e que pra mim tem o mais foda vocalista do metal mundial da atualidade.
Symphony X, Inferno (unleash the fire)

Detalhe para a 'sexy' barriguinha do Russel Allen... hehehehe Canta muito esse maldito do capeta.
Dream Theater, apesar de ter obtido um certo sucesso até fora do mundo 'banger', sofre um pouco de preconceito, seja pelo vocalista tido como um pouco abaixo do resto da banda (um crime com o James LaBrie), seja por considerarem os caras metidos demais... bem, apesar da punhetação em cima do trabalho técnico dos caras, Dream Theater não é só som pra 'banguer' metido a estudante de música não...
Metropolis:

TURISAAAAAAAAAAAAAAAS!!! Essa banda é única, muitos podem ouvir e achar igual a meio mundo... mas esses caras me conquistaram com sua vontade incansável de serem guerreiros e de soarem épicos. Pelo menos, com as pinturas e os instrumentos típicos, eles soam bem melhor e visualmente são mais aceitáveis que isso ou isso. Muitos vêem isso como papagaiada de quem curte metal... sim, eu concordo, mas esse é o espírito mesmo. É um "for fun" feito por gente de competência, que não tá nem aí pro fato de ficarem ridículos de armadura. Hahahahahaha...
Detalhe que tem muita gente por aí que não respeita os fãs como os caras do metal respeitam. Ouviram FÃS!? Antes de criticarem o metal, seus artistas poderiam fazer um vídeo em homenagem a quem compra os seus discos e vai aos seus shows... Esse vídeo do Turisas é um bom exemplo:
Battle Metal:

E, pra terminar... bem, não sei como terminar...
Não termina, o metal nunca morre. Morreu o jazz, o progressivo, o samba, a música erudita... mas o metal, a despeito dos detratores, resiste. Bem, acho que sei como terminar. Com um clássico, da maior banda de metal do mundo:



Abraços e HAIL!!!

PÓS-Facio

Isso é coisa de gênio: http://www.youtube.com/watch?v=Oc8Ruj5bq2c&feature=related
E isso de mais gênio ainda: http://www.youtube.com/watch?v=7swB7jydcX8&feature=related

GRANDES FIGURAS DA HUMANINDADE: ANDREAS KISSER

É... falta pouco...


RUMO AO HEXA!!!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

RESENHA: Hero - Van Canto

PRÉ-FACIO

Eu sempre gostei de metal. Por mais que muitas das bandas que eu mais gostava ficassem na minha memória como coisa de adolescente, e por mais que h aja um puta preconceito contra quem gosta desse tipo de som, eu sempre adorei metal. Desde o que há de mais farofa até o metal pesado. A minha geração- a que nasceu no começo dos anos 80e cresceu na virada dos anos 80 pros 90 - foi a geração do grunge. Metal era coisa de tio, de adolescente... era coisa ultrapassada. O grunge fez pelo metal aquilo que o punk fez pelo rock progressivo, enterrando-o. Mas, apesar de ser notável a influência do grunge na nossa cultura e na música desde então (principalmente nos E.U.A.), o metal, diferente do prog, nunca sucumbiu.
No final das contas, ele mutou-se, recombinou-se, e como um vírus tomou para si diversos outros estilos, gerando seus milhares de filhotes. Os anos 80 foram um prodígio para o surgimento do heavy metal, black, death, trash e doom, mas nos 90 que a coisa foi explodind. Mas não uma explosão midática como o sr. Cobain e companhia, e sim uma explosão restrita ao seu núcleo de cultuadores, os "bangers". E assim, chegamos aos anos 2000 com uma infinidade de estilos que vão desde true folk black metal ao film heavy power metal - do Rhapsody (of Fire), por exemplo.
Mas então, em 2007, eu ouvi isso:


E pirei. Eu canto em coral na universidade já há uns 7 anos, mas a experiência proporcionada pelo Van Canto é única. Podem dizer que não é lá essas coisas, podem dizer que é melhor com os instrumentos. Podem dizer que continua sendo power metal farofa... Mas que é algo totalmente diferente, ah isso é...

HERO!!!

Uma coisa interessante nesse novo trampo do Van Canto que o diferencia bastante do anterior é que há mais covers do que antes. Não apenas porque o cover de Battery do Metallica no disco anterior ficou ótimo (compare: http://www.youtube.com/watch?v=m99ybtk4QNs e http://www.youtube.com/watch?v=w9LaB9dq4Rw), mas porque essa é a curisidade maior sobre o som do Van Canto: como vai ficar tal música da banda que eu gosto só com vozes e bateria. PERAÊ! Eu não falei de como é o som do Van Canto?

IN-FACIO

São cinco vozes (quatro masculinas e uma feminina) e uma bateria. Os caras simulam os sons dos instrumentos do metal, usando onomatopéias como rakakataka para as guitarras e o dum dum pro baixo e usam amplificadores dos instrumentos e distorções nas vozes. Tem também os momentos coral e todos eles cantam pelo menos uma linha solo. Bem, é isso..

continuando...

Esse disco é muito bom, mas espero que eles comecem logo a compor suas músicas, pois um álbum só de inéditas ainda faz falta (se contar esse disco e o outro dá pouco mais de um cd de inéditas...). Ainda mais quando ouvimos a primeira música, que também é a (melhor) escolhida pra single, Speed of Light. Tem aquela pegada power e um refrão grudento, que nem a The mission, mas parece ainda melhor. As vozes tão mais equalizadas e limpas, a bateria tá bem colocada. Devido ao sucesso, agora a banda não é mais apenas trabalho paralelo dos caras (aliás, alguém conhece as bandas deles?). Além do clipe de Speed of Light ser ótimo - e bem melhor que o de The Mission, diga-se de passagem -, a música se encaixa muito na proposta "power metal a capella" do disco, se é que dá pra rotular o trabalho deles de maneira tão medíocre (ainda farei um post sobre rótulos), já que quem ouve a primeira vez não saca de primeira que o solo de guitarra se trata de trabalho VOCAl. Podem até dizer que o estilo "power metal" da banda é defasado e bobo - dragões, reis, montanhas, aço e heróis -, que se substituirmos os vocais pelos instrumentos característicos a banda se torna apenas mais uma dentre as milhares do estilo. Mas é justamente essa a proposta do Van Canto: ser um diferencial entre os genéricos.
Daí começa a alternância entre covers e originais. E eles pegam pesado: entram com os dois pés no peito com a sua proposta para Kings of Metal do grandioso salve-salve Manowar. Apesar disso, o Manowar é uma banda que possui um estilo que pode ficar bem descaracterizado sem o seu peso (e o couro). Mas aí nota-se que a "cozinha" funciona muito bem, principalmente o baixo, que sustenta (até mais que a bateria) as músicas.
A seguir temos Pathfinder, que destaca logo de cara o excelente Ike e seu trabalho de baixo. E há uma percussão curiosamente "abrasileirada" nessa música - seria influência da passagem da banda pelo país e pelo programa Mulheres? - que dá uma diferenciada no climão "heróico" da bolachinha.
Wishmaster é aquela coisa: Nightwish na veia. A Inga canta bem pacaráleo, e é bem o estilo dela, mas eu nunca achei essa uma graaaande música do Nightwish... ela é bem farofa. Mas o Van Canto É farofa. Então até dá pra passar. Pelo menos a versão deles dá pra entender a letra melhor que a original.
Bard's Song... putz, que que eu posso falar de uma das minhas músicas favoritas no mundo do universo inteiro do cosmos? Blind Guardian é uma das razões pela qual eu afirmo categoricamente que metal não é coisa de adolescente. Eles são uns puta músicos, com discos magistrais. E o Van Canto honra essa grande banda com uma versão primorosa, linda mesmo, com certeza a melhor música do disco. Mas ela já era a melhor música do Blind também. É ouvir pra saber do que eu falo.
Quest for roar é a volta ao metal, tem cara de hino e talz... mas não me empolga tanto quando eu ouço, sendo a "música pulável" do álbum.
Stormbringer é talvez o cover mais inusitado do álbum, considerando que não tem muito de "hero metal" nessa música. Ela dá uma aliviada no ritmo do disco, mas apresenta um excelente trabalho vocal dos membros da banda, pois sem dúvida é uma música muito exigente. É legal, que ao mostrarem versatilidade, eles apresentam-se como muito mais que uma banda curiosa e diferente, mas como um projeto capaz de ir além dos covers. E essa acaba sendo mesmo a minha crítica central ao álbum.
Ah, anteriormente eu já falei do Blind Guardian, né? Pois bem, Take to the sky tem o Hansi Kürsch, vocalista do Blind. Sem comentários, o cara é foda e ponto. Qualquer coisa que ele participa vira épico, e num disco deles ele se torna uma tremenda aquisição.
(Aliás, Senhor dos Anéis só não é um filme perfeito por que a trilha não é do Blind)
Fear of the dark é uma surpresa um tanto insossa (sendo um cover do Iron, prefiria a versão de The Trooper deles que se acha no Youtube). É legal ouvir como eles fizeram o negócio funcionar, mas não é uma versão assaz, como a música exigiria...
E a música homônima (Hero, seu energúmeno) é boa, na medida do álbum, não é um grande destaque mas é boa pra fechar o "épico" e demonstrar mais uma vez a qualidade desses cantores.
Ao fim desse review, eu percebo que esse disco não me parece melhor que Storm to come, talvez por causa do impacto da primeira audição de um trabalho de metal nesse formato já se foi. Mas se o Van Canto continuar assim bem guiado pelo trovejante martelo de Thor, os deuses do metal garantirão bons anos para esses alemães.
Hail!


Hero, Van Canto: 2008
Nota: 7,5

PÓS-FACIO:

O disco: http://www.4shared.com/file/68464335/66c8fc61/Van_Canto_-_Hero_-_2008.html
O site do Van Canto, com fotos da "tchutchuca" Inga... hehehhee: http://www.vancanto.de/
O vídeo de Wishmaster: http://de.youtube.com/watch?v=XCGQiGEYl4Y