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terça-feira, 8 de setembro de 2009

RESENHA: The Resistance - Muse




PRÉ-FACIO
Muse... de novo.
Faz algum tempo que essa banda fabulosa vem tomando o posto de minha banda favorita. E cada disco novo parece ter o dom de me tomar de assalto. Eu descobri o Muse por acaso, numa zapeada na net vi o vídeo de Hysteria... e descobri que essa era uma música do TERCEIRO álbum deles... tive que investigar o resto. Daí me deparei com a homepage www.muse.mu. Qual não é a minha surpresa quando descobri que eles postavam todos os albuns deles pra ouvir de graça na homepage oficial?! Surpreso e tomado de assalto, passei horas ouvindo todos os três discos deles no site (Showbiz, Origin of Simmetry e Absolution). Virei fã confesso, baixei tudo que podia deles... descobri a américa.
Mas daí veio um Buraco negro...
Black Holes and Revelations foi o primeiro lançamento do Muse que eu acompanhei, digamos, ao vivo. A expectativa, as músicas que iam surgindo. Logo eu virei mais fã ainda, ao experimentar as ousadias de uma banda que cada vez mais se livrava do esteriótipo de "Radiohead menor" que eles pareciam ter. E o que dizer de Knights of Cydonia? Eu nunca esperava que essa banda pudesse compor um épico aos moldes de bandas como Queen... eu falei do Queen?
Bem...
Daí surgiu o show. Eu me aprontei, paguei caro, e fui me entregar de corpo e alma para aqueles três rapazes da pequena Teignmouth... foi fantástico, catártico. Eu sabia todas as letras de cor, cantei a plenos pulmões, me esbaldei.
O Muse já era a essa altura a trilha sonora do meu relacionamento (que se mantém forte e saudável!), dos meus momentos de fúria, de alegria...
E daí... veio a Revolução...

THE RESISTANCE

Eu achei realmente que o lançamento mais esperado do ano fosse o novo álbum da minha banda preferida. Mas eis que outros ingleses tomaram esse lugar. Pra quem acompanha fóruns e principamente comunidades no Orkut, nada se compara a expectativa gerada em torno desse novo trabalho. Cada novo disco fake, cada sonzinho que surgia, nem que fossem trechos de 20, 30 segundos... foi uma agonia...
Mas, eis que habemus The Resistance.
Meu, como é possível? Eles fizeram um disco melhor. Maior. Gigantesco.
É isso... o Muse definitivamente se tornou uma banda gigante. Já pode figurar ao lado não apenas de Radiohead, mas de U2, Coldplay e outras grandes bandas... o único detalhe é que, agora, o Muse já é a melhor delas.
Uprising... que música pra iniciar um álbum. A levada de baixo característica está lá, a guitarra solando, a voz carregada... mas há algo além. A herança eletrônica de Black Holes and Revelations, moldando um single fantástico, digno de figurar tanto nas grandes FMs e MTVs da vida como nas cabeças dos culturetes indies. E o que dizer do sinteizador nostálgico, a lá Theremin? Musicão, que inaugura todo o clima apoteótico do álbum. A Resistência começa com o clamor "they will not control us". Teoria da conspiração na veia...
Daí vem The resistance. Outra paulada, eu tinha ouvido pela primeira vez anteontem e já me apaixonado. Outra música forte, que facilmente pode ser single. A introdução parece coisa de cinema, com piano e tal. E o que falar do trabalho de bateria do Dominic Howard? Ela é metade da música. Tem boa parte da música que é só a voz do Matt Bellamy e a bateria, com alguns sonzinhos ao fundo. E além do piano, muito bem encaixado. Parece trilha sonora dealguma coisa... não tenho o que falar dessa música, foda demais. Parece que, já com duas músicas, teremos um disco nota 11...
Daí vem Undisclosed Desires e a casa cai. O que era um disco excepcional vira uma obra prima. Meu, essa música é fora do comum... toda vez que eu ouço (e eu ouvi umas cinco vezes seguidas) ela parece mais e mais forte. A música eletrônica toma conta do som do Muse, mas sem perder a cara de som do Muse. Essa música podia tanto tocar numa balada eletrônica, numa balada rock, quanto ser ouvida em casa, no sossego. É candidata a melhor do álbum, mesmo antes de eu ouvi-lo todo.
United States of Eurasia foi a primeira música que vazou. Já era velha conhecida, e eu acho que saiu primeiro para apresentar aos fãs como seria o som do Muse com uma orquestra. Peraí... UMA ORQUESTRA? O que é essa música!? A comparação com o Queen é válida, mas antes de tudo é um hino do Muse. Ela vem calcada na esteira do que eles já haviam tentado em Knights of Cydonia, e agora atinge níveis realmente épicos. A ascenção da música é maravilhosa, e o piano dá um tom todo especial. Meu, o piano manda nesse disco, tanto que há a Collateral Damage emendada na música... Quer coisa mais classuda que encerrar a música com uma sonata inspirada em Nocturne In E-Flat Major, Op.9 No.2, de Frédéric Chopin (valeu por me lembrar qual era a música, wikipedia)?
Daí vem as até então "desconhecidas" do álbum. E ele fica cada vez melhor, acredite se quiser. Guiding light é MARAVILHOSA. A marcação da bateria durante toda a música cria um clima pra voz do Matt que... meu... é um tesão o som que o Muse tá fazendo. O solo de guitarra é de emocionar, mesmo... só ouvindo pra descrever. Mais uma que facilmente podia se tornar um single... E como o Matt tá cantando! Que PUTA voz!
E o que é uma música, assim, que seja digna de um adjetivo como... espetacular?
Unnatural Selection pode ser... no começo você não parece dar nada, com aquele orgãozinho bem simples e a voz mais baixa, como numa gravação ruim... mas de repente... Surge o Muse guitarreiro! Aquele que nos fez há tempos nos apaixonar pela banda. Mas com um refrão... o que é esse refrão? Meu, que achado. Espetacular! Mesmo fazendo o seu som mais típico, o Muse dá show. E essa música só nos faz perceber que eles sempre foram fodas desse jeito... só melhoraram com a idade.
Ah! Tem a paradinha... hehehe, tava ouvindo agora e nem me lembrava disso. É algo bem arrastado, que me lembrou algo dos anos 70, tipo Black Sabbath misturado com Pink Floyd e um pouco de Blues... e que solo animal... E quando vc acha que a música acabou, eles me vem com a paulada do refrão de novo! Nossa, é muito foda ter a oportunidade de ouvir um disco assim tão bem feito nos dias de hj, realmente me faz crer que o rock não morreu.
E, tentando soar épico, o Muse vem com a doida da MK Ultra (MK de que? Mortal Kombat?).Tão boa como as outras, com um clima meio pesado, doida mesmo, voltando à levada apoteótica que eu falei no começo. Parece um filhote pós-moderno do rock progressivo (exagerei agora né?), ou até do art-rock! A música não parece querer seguir uma linha interna tão coerente, e isso é o que faz dela uma baita música. É um novo estágio no som do Muse. A essa altura o disco, independente se as próximas 4 músicas fossem cantadas pela Joelma do Calypso, já tinha minha nota 10.
Daí vem I belong to you. Para equilirar o climão de Unnatural Selection e MK Ultra. Tem uma levada, assim, meio, sei lá... parece soul, mas não é. Parece também jazz, influência clássica do Muse, mas também não é. E daí emenda com a Maravilhosa Mon coeur s'ouvre a voix, que é inspirada pela ópera Samson et Dalila de Camille Saint-Saëns, um compositor maravilhoso. A original, foi cantada por gente da categoria de Maria Callas. E o Muse vai buscar uma maravilha dessas para por no seu álbum. O Matt dá show, de novo, agora junto da orquestra, transformando uma música bonitinha numa coisa linda demais. E tem solo de clarineta!!! Eu adoro sopros!!! Meu, que doidera, eles são realmente fodas.
E esse foi o The Resistance. Porque nesse momento começa outra coisa. Exogenesis, a mais ousada investida musical do Muse. E eles se sairam muito bem. A peça é dividida em três partes, com um climão de encerramento de álbum bem mais épico do que eu mesmo esperava, mesmo tendo ouvido 30 seg. de cada uma. A introdução da Exogenesis é muito, por assim dizer... cinematográfica. E o legal é que o Muse vai aos poucos entrando na canção, com o surgimento da bateria, da voz do Matt, da eletrônica. Tudo acompanhando a belíssima linha melõdica iniciada pela orquestra, até a entrada da guitarra, totalmente Pink Floydiana!!! Eu não sei quanto avcs, mas aquela distorção me levou até a década de 60, mesmo eu infelizmente não tendo a vivido!
A parte II... bem... um "monstro sinfônico", para utilizar as palavras do Dominic... hehehe. Linda, lenta no começo com o piano sobressaindo e as cordas mais baixas, e depois pega na veia emendando com o próprio som mais rock do Muse. MARAVILHOSA.
E, caramba... vem a terceira parte. Que encerramento para o disco! Ela acalma a tensão da faixa anterior - como o próprio nome Redemption sugere -, e é muito mais que uma música de uma banda de rock, é uma verdadeira sinfonia, como eles se propuseram a fazer. A melodia é lindíssima, a voz do Matt está perfeita, não há instrumento fora do lugar. A missão está cumprida. So acho que essa música podia ser maior, tipo num segundo disco. Já não tem porque, ousados que são, o Muse não arriscar fazer um disco duplo. Acho que com mais tempo para se desenvolver, o que já é sublime ficaria perfeito. Mas isso, com certeza, não é algo que diminua o valor do disco. Poxa, faz tempo que eu não tenho vontade de comprar um disco original de uma banda só por causa de seu conteúdo. A última vez... bem, há muito tempo eu só compro discos originais do Depeche Mode. Sou pobre, fazer o quê? Gostaria de ter tudo em suas mídias físicas, mas não dá. Minha próxima aquisição seria o novo disco da minha banda favorita, mas não sei se não vou escolher comprar o novíssimo disco da minha mais nova banda favorita.
Obrigado Muse!

The Resistance, Muse: 2009. Nota 10!!!!

PÓS-FÁCIO: Diversos links do The Resistance pra baixar: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=6244330&tid=5313010536706501042&na=2&nst=29

domingo, 4 de janeiro de 2009

RESENHA: Tales of Ithiria - Haggard

PRÉ-FACIO

Eu parei um tempo antes de prosseguir com a lista de melhores de 2008, não apenas por falta de tempo, mas também porque ouvi derradeiros álbuns após a primeira postagem, e achei mais justo continuar o post já em 2009. Aliás, feliz ano novo a todos.
Bem, prosseguindo. Eu já resumi bem o que irei falar a seguir. Falarei de uma obra nota 11, daquelas coisas que por vezes aparecem e do nada assaltam nossa alma como ladrões roubando os melhores quadros do nosso Louvre interno. Imagino que, aqui, inauguro uma nova possibilidade de post nesse ano que se inicia: o NOTA 11. Mas como esse post também é uma resenha, guardo o nota 11 pra quando for resenhar outras coisas.
Bem...
Como começar essa resenha? hummm...
Talvez assim:


It had already become day as he opened the big wooden door and stepped out of the shadows.
The sun had shown behind the eastern forest, bright and warm in a cloudless sky.
As his eyes closed, he slowly raised his head.
Gently, the morning wind caressed his face and rustled through his long hair
The chatter of the birds had become one with the whispers of the black elders, melding with the rhythmic babbling of the little brook, which wound its way to the distance behind the humble grange.
But it has not always been like that.
One thousand seven hundred years ago, during the celebration of the two moons, the enemy forayed over powered the villagers under the cloak of darkness.
Brave men were cut down where they stood in the cold crisp autumn night.
The ones who still had life in their veins escaped in despair, but regathered quickly and formed a resistance.
Many among them, women and children, only armed with axes, torches, and pitchforks.
And it seemed as if all hope was forsaken...

TALES OF ITHIRIA
Desde essa magistral introdução, The Origin, já nota-se que temos em mãos um épico, de grande magnitude. Mas um épico metálico é coisa comum, e há bandas que esmeram-se em tentar produzir no ouvinte a sensação de é possível ver o sangue do lorde das trevas que corre pela espada de aço do glorioso guerreiro. Mas esse não é o objetivo do Haggard. Eles vão além, o que se nota logo ao procurar um pouquinho sobre a banda na net (mais especificamente na Wikipedia).
O Haggard tem estrada... eles surgiram em 1991 e tocando originalmente death metal, mas logo partiram para algo maior, e o grupo possui como principal característica o número de membros tocando diversos instrumentos que vão da base metálica guitarra-baixo-bateria até violinos, flautas, violoncelos e outros instrumentos clássicos. Além disso, todos seus discos contam uma história, com narrações e diversos vocalistas. De uma ousadia ímpar, a base dos vocais é uma mistura de canto lírico com gutural, bem comum até dentro do metal, mas nunca empregada - na minha opinião, pelo menos - dessa forma, com essa grandeza. Desde a capa, a produção é gigantesca, deixando qualquer Rhapsody (of Fire) no chinelo.

Quando se inicia o Capítulo I - Thales of Ithiria, temos uma introdução lírica em, latim (Quando coeli movendi sunt et terra/Dum veneris judicare saeculum per ignem - traduz aí Arthur... hehehe). Brega, poderiam dizer alguns, mas apropriadíssima para apresentar a longa canção, e seus vários vocais diferentes. A seguir, uma suave melodia de cordas, lindíssima, que cria todo um clima peculiar ao som do Haggard, que lembra muito música renascentista.
E o vocal pesadão, gutural, entra junto das guitarras, para nos lembrar que se trata de um disco de metal. E que metal. É cadenciado, mas com bastante peso, sempre acompanhado do oboé que dá uma característica única (devo repetir essa expressão diversas vezes) à canção. E o que dizer mais. Piano, vocais líricos femininos e masculinos, vocais limpos, flauta, harpa... Tudo que você precisa saber sobre o Haggard já aparece aqui, nessa música, pronto. Se o disco tivesse apenas essa música, já valeria nota 10.
Mas a criatividade desses músicos não tem limite.
Após a necessária vinheta From deep within, aparece o Capítulo II - Upon fallen Autumn leaves. E o que dizer da introdução, com uma melodia tipicamente medieval, cordas e vocais líricos num crescendo maravilhoso? Crescendo que leva ao vocal gutural cavernoso e a seqüência da letra em alemão. Melodia pesada que intercala com a levada mais light, com vocal lírico feminino. Nada que outras bandas nunca tenham feito, mas nenhuma com a qualidade do som do Haggard.
Logo a seguir, mais música clássica. Mas não espere aquela profusão de coros e violinos das bandas de Metal Melódico tradicionais. A coisa em In des Königs Hallen (Allegretto Siciliano) é bem trabalhada e abusa da variedade de instrumentos, principalmente dos metais. Um tema belíssimo.
Fica até chato ficar elogiando. O legal de Chapter III - La Terra Santa é a levada que lentamente te insere no climão da música. Com uma melodia cantada de maneira limpa a narrativa prossegue. E o que dizer das belas vozes femininas? Nada, já disse tudo, elogiá-las pelas performance no refrão dessa música é chover no molhado. A criatividade desses músicos não tem limites.
Em seguida, a delicada vinheta Vor dem Sturme, com a excelente narrativa introduzindo Chapter IV - The Sleeping Child. Pauleira, pra fãs de metal. O vocal grunhido é muito adequado e o acompanhamento (sutil) de violino dá todo um climão à música. E o refrão? Ah, e apesar do peso da música, ela tem um solo de harpa com acompanhamento de violinos e flauta ,e depois um solo de flauta. Seria o suficiente pra o leitor desse texto correr atrás desse disco?
Se não for, então ouça Hijo de la Luna:

É a minha favorita do disco. Não tenho condiçõesa de falar algo acerca dessa música sem ser repetitivo nos elogios. Estamos ou não estamos diante de uma obra prima?
A seguir, mais uma vinheta, a forte On this endless fields,
Their horses heavy
In clad and chain armor
March into battle
Man against man
Sword against sword
Hammer and axe against shield
Let the banners fly high
Mortal screams pierce the cold air
As steel meets flesh and the strong rule the weak
(...)

e o disco vai chegando ao final... e que final, digno de um épico. E se vc não estava ainda se sentindo dentro de um filme épico, prepare-se para Chapter V - The Hidden Sign. Seja nos levando à Irlanda medieval, ou à longínqua Gália, em torno de uma fogueira a dançar e a cantar, o Haggard não perde a mão. Cabe a nós, ouvintes, deleitar-se com mais um excelente trabalho de conciliação entre o peso do metal e a beleza do erudito. Nesse caso, introduzindo uma melancólica melodia (com um belíssimo dueto de violino e piano, de levar às lágrimas).
E assim, encerra-se a resenha do que pra mim foi o melhor disco que ouvi em 2008. Metal de gente grande, sem afetações. Sem tirar nem por, esse é um álbum nota 11!

And then, the great rains set in
And but for a moment it seemed
As if all the blood had been cleansed by the Gods


Tales of Ithiria, Haggard: 2008
Nota: 11

PÓS-FÁCIO:
O disco: http://rapidshare.com/files/141140833/H-TOI.by.canalladfc.rar.html ou http://www.megaupload.com/pt/?d=HVWNVSZX. Links da Comu Discografias no orkut: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=6244330&tid=5247379772850248169&kw=haggard

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

RESENHA: Hero - Van Canto

PRÉ-FACIO

Eu sempre gostei de metal. Por mais que muitas das bandas que eu mais gostava ficassem na minha memória como coisa de adolescente, e por mais que h aja um puta preconceito contra quem gosta desse tipo de som, eu sempre adorei metal. Desde o que há de mais farofa até o metal pesado. A minha geração- a que nasceu no começo dos anos 80e cresceu na virada dos anos 80 pros 90 - foi a geração do grunge. Metal era coisa de tio, de adolescente... era coisa ultrapassada. O grunge fez pelo metal aquilo que o punk fez pelo rock progressivo, enterrando-o. Mas, apesar de ser notável a influência do grunge na nossa cultura e na música desde então (principalmente nos E.U.A.), o metal, diferente do prog, nunca sucumbiu.
No final das contas, ele mutou-se, recombinou-se, e como um vírus tomou para si diversos outros estilos, gerando seus milhares de filhotes. Os anos 80 foram um prodígio para o surgimento do heavy metal, black, death, trash e doom, mas nos 90 que a coisa foi explodind. Mas não uma explosão midática como o sr. Cobain e companhia, e sim uma explosão restrita ao seu núcleo de cultuadores, os "bangers". E assim, chegamos aos anos 2000 com uma infinidade de estilos que vão desde true folk black metal ao film heavy power metal - do Rhapsody (of Fire), por exemplo.
Mas então, em 2007, eu ouvi isso:


E pirei. Eu canto em coral na universidade já há uns 7 anos, mas a experiência proporcionada pelo Van Canto é única. Podem dizer que não é lá essas coisas, podem dizer que é melhor com os instrumentos. Podem dizer que continua sendo power metal farofa... Mas que é algo totalmente diferente, ah isso é...

HERO!!!

Uma coisa interessante nesse novo trampo do Van Canto que o diferencia bastante do anterior é que há mais covers do que antes. Não apenas porque o cover de Battery do Metallica no disco anterior ficou ótimo (compare: http://www.youtube.com/watch?v=m99ybtk4QNs e http://www.youtube.com/watch?v=w9LaB9dq4Rw), mas porque essa é a curisidade maior sobre o som do Van Canto: como vai ficar tal música da banda que eu gosto só com vozes e bateria. PERAÊ! Eu não falei de como é o som do Van Canto?

IN-FACIO

São cinco vozes (quatro masculinas e uma feminina) e uma bateria. Os caras simulam os sons dos instrumentos do metal, usando onomatopéias como rakakataka para as guitarras e o dum dum pro baixo e usam amplificadores dos instrumentos e distorções nas vozes. Tem também os momentos coral e todos eles cantam pelo menos uma linha solo. Bem, é isso..

continuando...

Esse disco é muito bom, mas espero que eles comecem logo a compor suas músicas, pois um álbum só de inéditas ainda faz falta (se contar esse disco e o outro dá pouco mais de um cd de inéditas...). Ainda mais quando ouvimos a primeira música, que também é a (melhor) escolhida pra single, Speed of Light. Tem aquela pegada power e um refrão grudento, que nem a The mission, mas parece ainda melhor. As vozes tão mais equalizadas e limpas, a bateria tá bem colocada. Devido ao sucesso, agora a banda não é mais apenas trabalho paralelo dos caras (aliás, alguém conhece as bandas deles?). Além do clipe de Speed of Light ser ótimo - e bem melhor que o de The Mission, diga-se de passagem -, a música se encaixa muito na proposta "power metal a capella" do disco, se é que dá pra rotular o trabalho deles de maneira tão medíocre (ainda farei um post sobre rótulos), já que quem ouve a primeira vez não saca de primeira que o solo de guitarra se trata de trabalho VOCAl. Podem até dizer que o estilo "power metal" da banda é defasado e bobo - dragões, reis, montanhas, aço e heróis -, que se substituirmos os vocais pelos instrumentos característicos a banda se torna apenas mais uma dentre as milhares do estilo. Mas é justamente essa a proposta do Van Canto: ser um diferencial entre os genéricos.
Daí começa a alternância entre covers e originais. E eles pegam pesado: entram com os dois pés no peito com a sua proposta para Kings of Metal do grandioso salve-salve Manowar. Apesar disso, o Manowar é uma banda que possui um estilo que pode ficar bem descaracterizado sem o seu peso (e o couro). Mas aí nota-se que a "cozinha" funciona muito bem, principalmente o baixo, que sustenta (até mais que a bateria) as músicas.
A seguir temos Pathfinder, que destaca logo de cara o excelente Ike e seu trabalho de baixo. E há uma percussão curiosamente "abrasileirada" nessa música - seria influência da passagem da banda pelo país e pelo programa Mulheres? - que dá uma diferenciada no climão "heróico" da bolachinha.
Wishmaster é aquela coisa: Nightwish na veia. A Inga canta bem pacaráleo, e é bem o estilo dela, mas eu nunca achei essa uma graaaande música do Nightwish... ela é bem farofa. Mas o Van Canto É farofa. Então até dá pra passar. Pelo menos a versão deles dá pra entender a letra melhor que a original.
Bard's Song... putz, que que eu posso falar de uma das minhas músicas favoritas no mundo do universo inteiro do cosmos? Blind Guardian é uma das razões pela qual eu afirmo categoricamente que metal não é coisa de adolescente. Eles são uns puta músicos, com discos magistrais. E o Van Canto honra essa grande banda com uma versão primorosa, linda mesmo, com certeza a melhor música do disco. Mas ela já era a melhor música do Blind também. É ouvir pra saber do que eu falo.
Quest for roar é a volta ao metal, tem cara de hino e talz... mas não me empolga tanto quando eu ouço, sendo a "música pulável" do álbum.
Stormbringer é talvez o cover mais inusitado do álbum, considerando que não tem muito de "hero metal" nessa música. Ela dá uma aliviada no ritmo do disco, mas apresenta um excelente trabalho vocal dos membros da banda, pois sem dúvida é uma música muito exigente. É legal, que ao mostrarem versatilidade, eles apresentam-se como muito mais que uma banda curiosa e diferente, mas como um projeto capaz de ir além dos covers. E essa acaba sendo mesmo a minha crítica central ao álbum.
Ah, anteriormente eu já falei do Blind Guardian, né? Pois bem, Take to the sky tem o Hansi Kürsch, vocalista do Blind. Sem comentários, o cara é foda e ponto. Qualquer coisa que ele participa vira épico, e num disco deles ele se torna uma tremenda aquisição.
(Aliás, Senhor dos Anéis só não é um filme perfeito por que a trilha não é do Blind)
Fear of the dark é uma surpresa um tanto insossa (sendo um cover do Iron, prefiria a versão de The Trooper deles que se acha no Youtube). É legal ouvir como eles fizeram o negócio funcionar, mas não é uma versão assaz, como a música exigiria...
E a música homônima (Hero, seu energúmeno) é boa, na medida do álbum, não é um grande destaque mas é boa pra fechar o "épico" e demonstrar mais uma vez a qualidade desses cantores.
Ao fim desse review, eu percebo que esse disco não me parece melhor que Storm to come, talvez por causa do impacto da primeira audição de um trabalho de metal nesse formato já se foi. Mas se o Van Canto continuar assim bem guiado pelo trovejante martelo de Thor, os deuses do metal garantirão bons anos para esses alemães.
Hail!


Hero, Van Canto: 2008
Nota: 7,5

PÓS-FACIO:

O disco: http://www.4shared.com/file/68464335/66c8fc61/Van_Canto_-_Hero_-_2008.html
O site do Van Canto, com fotos da "tchutchuca" Inga... hehehhee: http://www.vancanto.de/
O vídeo de Wishmaster: http://de.youtube.com/watch?v=XCGQiGEYl4Y

sábado, 8 de novembro de 2008

RESENHA: The Cosmos Rocks - Queen and Paul Rodgers




PRÉ-FACIO

Freddie Mercury foi um dos grandes showmen da música pop. Talvez, o maior de todos. Com uma presença de palco invejável e uma voz soberba ele hipnotizou platéias pelo mundo com os hinos de sua banda, o Queen. Sim, o Queen por anos foi a banda do Fred Mercury, e não o contrário. Isso por que ele era não apenas um vocalista, um líder, mas um daqueles deuses que o rock produz por vezes... um David Bowie ou um Iggy Pop... um Elvis Presley ou um JohnLennon... Freddie Mercury chegou a ser, por diversas vezes, maior que todos esses. Não tenho como descrever aquela voz, aqueles trejeitos, aquele jeito de ser, de se vestir. Freddie era único, ponto final. Não vai nunca nascer alguém como ele.

Mas e o Brian May?! O Roger Taylor!? O John Deacon?!?

Sim, o Queen era na verdade Queen + Freddie Mercury. Agora, ele é Queen + Paul Rodgers

Quem?

Bem, antes de falar dese disco eu postei aí embaixo uns vídeos que explicam quem é esse cara. Esse senhor, digo. Na verdade, vou confessar que o que eu conhecia dele eram apenas as músicas mais clássicas, e que se há algum tempo me perguntassem de que bandas são, eu nem de longe citaria Free e Bad Company.
Mas o próprio Freddie reconhecia o Free como uma das influências pro som do Queen. E eu ganhei de presente com esse disco a re-descoberta desse puta vocalista, e dessas duas super mothafuckin bandas.

Isso posto...

Não dá pra começar a falar disso sem dizer uma coisa aos reclamões: PQP! Por que raios os membros de bandas que perdem os seus "líderes" são obrigados a se aposentar. Porra, o Brian May continua tocando pra CARÁLEO!! E o que dizer do Roger Taylor, PUTA BATERISTA! Deixem os caras curtirem... nem todos precisam pendurar as chuteiras, como o John Deacon fez... isso foi uma OPÇÃO dele. Agora tem um monte de gente por aí dizendo que o May e o Taylor tão maculando a memória do Freddie... que o Paul não canta tanto quanto o Freddie... que o Queen só é o Queen com o Freddie... PUTAQUEOPARALHA! Batam na boca seus energúmenos!
Fica o que eu disse sobre o Rubinho: O Paul não quer substituir o Freddie. Ele é insubstituível. Mas o Brain May e o Roger Taylor não vão sair por aí fazendo turnê sem vocalista ou com um cadáver exumado no palco. Senhor Farokh Bommi Bulsara está morto desde de 1991, é uma pena. Mas os outros três gênios do Queen não. E se dois deles querem continuar, pq não? The show must go on!

THE COSMOS ROCKS

Puta disco. Do cacete mesmo. Desde o começo, dos primeiros acordes, nota-se que é uma banda totalmente nova, mas formada por gente muito calejada.
E COMO O PAUL RODGERS CANTA. Não tem faixa que me faça pensar o contrário. Esse cara é um dos maiores vocalistas do rock (e um dos maiores pulmões tb).
Se vc for cabeça aberta, não vai nem ligar quando nos shows ouvir ele cantando um We will rock you ou mesmo I want to break free (http://www.youtube.com/watch?v=Sj2aPiwqegw&feature=related). Ele não é o Freddie, tem inclusive um outro estilo , completamente diferente de cantar, mas canta MUITO mesmo.
Desde a primeira música, Cosmos Rockin, nota-se a diferença desse Queen+Paul Rodgers (que eu vou resumir pra Q+PR), pra ficar mais fácil), e principalmente a influência dessa escolha no som deles. O som lembra o Free, mas tem a característica guitarra do May, que não nos deixa esquecer do Queen+Freddie Mercury (que eu vou chamar de Q+FM, claro). Time to Shine apresenta-nos um show vocal de Rodgers, com uma letra mais ou menos, mas nada muito mais fantástico que I want it all (é, o Queen nem sempre teve letras geniais). Essa segunda música pra mim é um dos caminhos que esse som do Q+PR poderia seguir, numa possível continuação desse trabalho.
E há, aos poucos, referências ao clássico Q+FM. Still Burning é mais blues, mais Free... Mas tem uma lembrança de We will rock you no meio, que dá pra emocionar. Mas, mesmo assim, dá a impressão que a coisa saiu melhor que a encomenda: parece que o disco foi feito pra Rodgers Brilhar. Mas não sem nos lembrarmos de como o Senhor Roger Taylor é bom. Ele é um baterista cheio de groove, muito criativo apesar das limitações do estilo. Tem gente que devia aprender com ele. E tem Solo do May nessa música... o May é PHODA!
Depois vem a baladinha. Necessária. Simples, mas necessária né? Small não é nada de mais, mas cumpre seu papel. E tem mais solo do May. AAAAAAAAA...
Warboys? ah, já falei do Roger Taylor né? E do May? Putz, não sei, fico até com vergonha de analisar um disco desses caras... essa é a música que els escolheram pra mostrar o que sabem fazer. E o que seria do Freddie sem essa cozinha...
We believe é a mais fraca do álbum. No começo parece que vai entrar We are the world. É sério... se não fosse pela puta voz do Rodgers, essa seria um meio que tiro no pé. A mensagem é sempre válida, necessária mas fica MUITO brega se vc não tomar cuidado, haja vista o Bono. Vale também pela levada mais Queen, que me faz pensar que essa sim é uma música que me faz querer que o Freddie estivesse vivo ainda. Apesar do Rodgers, acho que o Freddie faria melhor aqui.
Call me
é ótima. Divertida, alegre, levanta o disco depois da pasmacenta We believe. O coral no começo já dá o tom. Não se importe com a letra boba: o Q+PR tem muito o espírito de reunir os amigos pra divertir. Ah, e só pra lembrar, o baterista dessa banda é um tal de Roger Taylor que é muito Phoda também. Só pra não esquecer.
Voodoo é puro blues... e blues=Paul Rodgers. Free, Bad Company, tá tudo aqui. Dois puta músicos fazendo sala pra o cara. É isso. E é muito legal, que a essa altura do disco a gente já se acostumou com a voz dele, e dá pra curtir as modulações, todo o trampo dele. Sério, ouçam algo do Free e do Bad Company. Quem fala mal desse cara não conhece o rock de verdade.
Ah, e nessa música vem o melhor solo do May no disco. Muito massa, se tem duas coisas que o tempo não derrubou foram a habilidade dele e o seu cabelo (hehehe).
Mais uma baladinha, mas essa lembra mais as baladas do Queen. Some things that gitter é a demonstração de que baladas não precisam ser TÃO bregas. Tirassem We believe desse disco, deixassem essa, não ia doer. A letra não é lá essas coisas, mas é muito mais agradável que aquilo.
Aí vem C-lebrity, a música de trabalho do disco. Q+PR é isso: C-lebrity traz todos os elementos dessa salada bem misturados e perfeitos. Ela é a mais pesada e melhor música do álbum, uma excelente escolha pra single. Tão aqui todos dando um banho, e a letra não decepciona como em outras músicas. Pra mim, o Q+PR é uma mistura de C-Lebrity, Call me e Time to Shine. Essas são pra mim, as músicas que ditam o tom do álbum, e se eles vão continuar ou não eu não sei, mas são essas deveriam ser as bases do som deles.
SANTANA?
Não, não é... mas essa introdução me lembrou muito o Mexicano. É Through the night, querendo encerrar o álbum. Bacana, talvez seja uma música boa pra dar aquela namoradinha... mas sei lá, não é tão boa quanto o resto do álbum. E o solo do May tá bem parecido com SANTANA.
Say It's not true é outra balada, mas que apresenta uma banda mais eclética, le que nos lembra que estamos falando da cozinha do Queen. A voz dos outros caras sempre apareceu nos outros ábuns com o Freddie, e nós sabemos que eles não são apenas backing vocals. May e Taylor (principalmente o May) cantam afinadinho. Mas faz uma puta diferença quando entra a voz do Rodgers. Aí May e Taylor fazem o seu melhor trabalho, o de cozinha. Mas, não é uma música ruim, muito pelo contrário.
O disco vai acabando, mas dá o gostinho de quero mais... afinal, Surf's up... School's out é boa PACA! Gaita, como eu adoro gaita PORRA! É o "até breve" (assim espero) do Q+PR, o que os deixa na liderança até agora como melhor pseudo-retorno. O disco acaba (apesar de Small reprise) com a esperança de que venham muitos mais. E que o nosso Freddie com certeza estaria curtindo muito se estivesse entre nós. Aliás, ele está... em cada solo do May, em cada levada do Taylor, em cada agudo do Rodgers. "The Cosmos Rock" serve pra que nos lembremos quem foi e sempre será a alma do Queen.

The Cosmos Rocks, Queen + Paul Rodgers: 2008
Nota: 9,5 (sem We believe é 10)

PÓS-FACIO

Eles vão fazer um show no Brasil sabiam? (http://www.viafunchal.com.br/shows.asp?ID=361) Dias 26 e 27 de novembro... e eu não vou. Que merda.
Eu queria ter estado nesse aqui: http://www.youtube.com/watch?v=8oioH8A818w
It's a kind of magic... é Freddie, cê faz uma puta falta cara..



terça-feira, 4 de novembro de 2008

RESENHA: Keane – Perfect Symmetry




PRÉ-FACIO
Eu decidi recomeçar esse blog com um post sobre um disco que venho ouvindo muito, apesar de no começo menosprezar um pouco o trabalho da banda. Faz muito tempo que o Keane tem se botado como a opção “pop e bonitinha” em meio a tantas bandas do novo rock inglês (e do velho também). É como se eles não possuíssem a aura de responsabilidade que Coldplay, Oasis e Radiohead – principalmente essa última) possuem, quando lançam discos. É aquela coisa: Keane é o famoso rock inofensivo. Muitos vão notar que eu odeio esses rótulos que definem a banda em estilos e muitas vezes apenas fazem-nos confundir ainda mais sobre o que estamos a falar – como as infinitas vertentes de metal e do rock em geral, por exemplo (http://whiplash.net/materias/humor/000593.html).
Mas, se existe um estilo famoso e popular é o que eu chamo de rock inofensivo. Além de contaminar quase que 100% das bandas nacionais (haja vista o sucesso de porcarias como Capital Inicial e parentes dos anos 80 até hoje) ele é o mais agraciado com um espaço na mídia. Na não-especializada claro, por que essas bandas sofrem por parte da crítica musical um tremendo preconceito – na maioria das vezes justificável sim (http://www.youtube.com/watch?v=jfrSU_nC8XE) – apesar de serem as de maior sucesso.
Mas, devemos nos lembrar que esse rock meloso e romântico, que não tem a intenção de possuir “bolas”, como muito no rock n’roll que nós tanto amamos (http://www.youtube.com/watch?v=9nz6Rq1Pvh0); não é tão ruim, nem nunca foi exclusividade de bandas ruins. Algumas das mais emblemáticas e bacanas bandas de rock da história não são pra macho nem pra mocinha... são também assim inofensivas, mas não deixam de ser excelentes (http://www.youtube.com/watch?v=FfZUxPF7AMI). E tem aquelas que possuem em sua carreira uma fase no rock inofensivo, geralmente a inicial, mas que é a responsável por projetar a banda para o estrelato (http://www.youtube.com/watch?v=9ibX3TejlZE), antes mesmo de qualquer crítico poder dizer que a banda é “mais uma”.
Mas ninguém, nem mesmo o Keane, é obrigado a ter seu Sgt. Peppers...

PERFECT SYMMETRY

Agora chegamos a esse trabalho da banda conhecida pelas baladas melosas (http://www.youtube.com/watch?v=hmXY2MSrguE) e pelo rock simplório e inofensivo (http://www.youtube.com/watch?v=ucODEFzaVpY). Sim, desde o primeiro disco eu sempre achei que o Keane era melhor do que dizem. Não pela formação aparentemente original de apenas dois instrumentistas e um vocalista – já que o teclado de Tim Rice-Oxley é praticamente uma orquestra – mas pela capacidade de criar belas melodias ademais das letras “simplezinhas”. Mas ao ouvir a entrada de Spiralling já se nota que há uma considerável mudança na proposta desse álbum (http://www.youtube.com/watch?v=M-LZ7yH-JBM). Além do magistral videoclipe, a música traz aquele ar oitentista e emula um dos clássicos mais “inofensivos” de um outro grande artista, seja pela melodia, ou principalmente pelo tema (http://www.youtube.com/watch?v=qpOlaLTXP4E); apesar, é claro, da cadência mais “Keane” da música. Para alguns essa comparação parecerá absurda, mas meu objetivo nunca será comparar uma criança para o rock como o Keane com um Deus; até por que essa música nem é do David Bowie, mas de um outro rockstar inofensivo, Lennon. Mas isso já demonstra que apesar de inofensivo, o Keane não está pra brincadeira.
Depois, continua uma seqüência de bons momentos, uns bem melhores, sempre coroados pela bela – mas às vezes muito chorosa – voz de Tom Chaplin. O disco anterior, Under the Iron Sea, já tinha uma atmosfera diferente da estréia, menos pop e mais sombria. Agora as melodias são mais pop, mas um pop retro, que apesar de estar na moda é bem mais bem feito que a maioria dos pastiches que se encontra por aí.
O disco não é uma revolução, não para a música, mas é uma grande mudança para o Keane, que sai da sombra de Coldplay e companhia – e analisando bem, sai-se bem melhor que o último disco dessa banda, que eu também adoro.
Já na segunda música, Lovers are losing, reencontramos o Keane “de sempre”, mas com um refrão bacana e que gruda facilmente na orelha. Não que isso seja ruim, não é mesmo a melhor música do álbum, mas é impressionante como gruda na cabeça. Passei o dia de ontem inteiro cantando “You take the pieces of the dreams that you have/
cause you don't like the way they seem to be going”...
Logo em seguida vem uma das melhores do disco, Better than This (http://www.youtube.com/watch?v=HmOlLvqtPgc), que desde que eu ouvi me lembrou algo... (http://www.youtube.com/watch?v=r44OFO-MNPo&feature=related). O que pra mim é excelente, claro, já que a idéia do álbum parece ser essa mesmo.
E assim o ábum segue com o som oitentista espacial em You haven’t told me anything e o "som Keane" em Perfect Symmetry. Os pianinhos aparecem em You don’t see me e o sintetizador em Again & again, que é uma música com um final surpreendente aliás, que nos shows deve ser um negócio bem “levanta a galera”. O mesmo posso dizer de Playing along, que além de ter um dos melhores momentos vocais de Chaplin, uma coisa meio – quer dizer, bem – Bono Vox, possui um crescente realmente bonito, singelo e sem sair da proposta. Uma das melhores do disco que ficaria melhor, na minha opinião, como última música do álbum – e quantas vezes, ao fim de um excelente álbum, você também levantou o volume até nem conseguir pensar? Adoro essas músicas com cara de hino.
O disco devia ter acabado aí, mas como o CD não é um LP, tem mais. E é meio por esse mais que não vou dar 10 pro disco. Não por essas últimas músicas serem ruins, mas realmente não são nada de mais, o disco cumpria bem seu papel até Playing Along. Depois eles fazem só “mais Keane”, o que não é ruim – Pretend that you’re alone é muito boa, aliás – mas seria desnecessária, se vivêssemos numa época mais antiga, onde um disco poda ter apenas 8 músicas. Black burning heart é uma boa música, mas que funcionaria melhor ou em outro álbum do Keane ou como Lado B. E Love is the end é muito bonita, mas não é tão forte quanto Playing along.
Por esse álbum, o Keane se sai como uma das melhores bandas da atualidade, seja pelas referências, seja pelo disco em si, e com certeza é a melhor banda de rock inofensivo (pop) da Inglaterra. Mas eles precisam aprender a utilizar esse passo a frente com propriedade, para que um dia possam fazer seu Sgt. Peppers.

Perfect Symmetry, Keane: 2008 (ou 1985, vá lá)
Nota: 8,5

PÓS-FACIO

Bowie na sua "Pior" fase: http://www.youtube.com/watch?v=BgoosJDfXKg
Esse cara é um gênio.
Pra quem não conhece: http://www.youtube.com/watch?v=JOO8-Jp-xsg&feature=related. Pronto, agora se mate.